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quinta-feira, 31 de março de 2011

Salve Guardioes de Nossa Umbanda


Um pouco sobre o nosso querido Exú Guardião na Umbanda Divina.
Um pouco de nosso querido Guardião, que tanto tentaram liga-lo a tantos conceitos do mau, que entretanto, a cada dia que passa, se despenca essa impingencia injusta e que não corresponde com a verdade, a respeito de nosso grande amigo e controlador das pilastras da Criação e do Universo, verdadeiro cobrador do carma e proporcionador incontestável do tão ensinado livre arbítrio.
O Grande Guardião da Luz!
"Soltei um pombo na mata
Mas lá na mata não pousou
Foi pousar na encruzilhada
Foi Tranca Rua quem mandou"

Axé!

Muitos infelizmente ainada acreditam que nossos amigos Exus são Demônios, maus, ruins, perversos, que bebem sangue e se satisfazem com as desgraças que podem provocar.
Por milênios seguimentos contrários ao conhecimento e a evolução depredaram o fenômeno divino Esú, tentando faze-lo mau e atribuindo-lhe conceitos e definições que só interessavam aos seus propagadores, criando Demônios e Diabos para defini-los, injustamente e de mentira ímpar.
É ali no mistério Exu, que exerce o homem o seu verdadeiro livre arbrítrio, falando com todas as vozes que possui seu coração, sejam elas boas ou não, desejos de todos os tipos, ´procurando-os muitas vezes para tentar satisfazer desejos mesquinhos e de nenhuma importância para a evolução a não ser para si mesmo, pedindo àquele verdadeiro Guerreiro da Luz e condutor do homem o mau que muitas vezes ajudou a propagar, e a debitar na conta desses nossos queridos amigos e protetores.
O mau sabemos nós esta no desejo do homem e não no universo esteja ele manifestado seja da forma que for.A história dá conta de sacrifícios de toda ordem perpetrado pelo homem ao longo de sua existência, sem se dar conta sequer do que fazia ou ainda da importância que aquilo mantinha para o universo como um todo, enchergando apenas o universo limitado de seu próprio ser.Pessoas foram mortas e lançadas à humilhação em nome de Deus, e, o Diabo que é ruím e o Exu que faz o mau.
Esta na hora de desmistificarmos a figura de Exu e derrubar definitivamente esses conceitos que não procedem.Exu é o príncipio dinamico e a realização,Exú é o homem em movimento, é seu desejo manifestado, é aquilo que ele é! Exu, é o exercicio sem barreiras de sua vontade e do livre arbítrio do próprio homem.
Na antiguidade, usavam-se chifres em Divindades para demostrar sabedoria e importância. Até hoje ainda se cultuam Deuses com chifres para demonstrar seus valores divinos e seu saber. Segmentos de muitas espécies perseguiram os cultos pagãos, impingindo-os praticas diabólicas , quando na verdade jamais as praticaram. A história do mundo mostra com clareza a importância dos cifres nas Divindades que cultuavam e que ainda algumas culturas pagãs cultuam com sabedoria.
Nossos Guardiões são seres perfeitos, porque perfeita é a Criação e de outra forma não poderia deixar de ser, como se justificaria suas atribuições tão defendidas por alguns grandes autores da religião com relação a atuação dos Guardiões junto ao homem, máxime a cobrança do carma e a proteção de seus caminhos, se assim não fosse. O que sem dúvida não retira o valor e a supremacia e perfeição de outras Divindades, que também são perfeitas, como são, porque é assim que são.
Não nos parece que o contexto criador determinou formas ou nos mandou avisar de como deveriam ser as aparências dos bons e dos maus, no entendimento do homem. É preciso que o homem entenda de uma vez por todas que não é o centro do universo e nem o único ser inteligente criado por Deus e que o fator divino, bem como seus desdobramentos no universo e sua corte Superior Divina é constituído de Divindades puramente divinas e seguem toda uma estrutura capaz de administrar as obras de nosso Divino Incriado, sob pena de nos tornarmos ´produto de nossa própria limitação, em face do infinito eterno.
Alguns temas interessantes nos são trazidos pela história e acabam informando melhor muitas coisas acontecidas e algumas que até hoje caminham entre nós.Como compreender melhor algumas das restrições feitas a Exu e que acabaram tomando corpo errado e definindo conceitos inexistentes e sem fundamentos. Como já dissemos, muitos acreditam que nossos amigos Guardiões são Demônios, maus, que bebem sangue e se regozijam com as desgraças que podem provocar.
Na verdade o mau ou o bem, como já afirmamos é produto da vontade e da evolução do próprio homem e Exu esta acima do bem e do mau, seguimento esse pertencente ao segmento da evolução humana, o que não quer dizer que Exu não os conheça em seu mister. Muitos deles outrora, foram cultuados como Deidades ou Deuses, outros caíram e repuseram-se retomando seus mistérios e engajaram-se na luta já descrita e nos seus mistérios invertidos e que compõem o todo de qualquer mistério existente respectivamente aos seus ou de suas atuações e continuaram suas caminhadas.
Mas porquê este Orixá, irmão de Ogum e de Oxossi, filho de Iemanjá, animado, brincalhão, alegre, extrovertido e acima de tudo amigo leal, fiel companheiro é comparado com Demônios e Diabos em suas práticas de maneira injusta e ireal.
A bem da verdade mais uma vez nos demonstra a história através dos acontecimentos que muitos fatores contribuíram para isso, especialmente aqueles cuja influencia de antigos povos, concentrou no homem a idéia fixa de prover o bem e o mau, levando-o a acreditar que todo tipo de prática que escapasse ao seu conceito de bom ou mesmo que levasse nomes, muitas vezes por ele mesmo fabricado, que não representasse o socialmente aprovável, era ruim e carregava o Demônio em seus louvores. Infeliz falta de informação e conhecimento e que custara ao mesmo homem em tempo diverso muito tempo para consertar.
O desconhecido sempre foi alvo de medo, até que se tornasse conhecido pelo instrumento eficaz do conhecimento e da informação. A necessidade de guias para leva-los ao Divino, tornou parte desse contexto, constituindo-se em grandes massas, dirigidas por teorias e limitações que seus próprios eleitos definiam.
Na Mesopotâmia mesmo( vale entre rios ), há milênios atrás,o que se acreditava como demonologia causou sérias influencias interferindo em diversas culturas de muitos povos, como os hebreus, gregos, romanos, nos cristãos e tantos outros. Permanecendo até hoje muitos conceitos e definições que não foram superadas, principalmente no que se refere a rituais Satânicos.
Os males da vida e locais que não mantinham origem natural, como catástrofes e outros tantos, eram atribuídos ao mundo da demonologia e dos Diabos. Os tidos então como feiticeiros utilizavam-se para combater as forças da escuridão e do mau, rituais onde precisavam conhecer nomes de vários Demônios, construindo grandes listas, o Demônio mau era nominado como Utukku de maneira genérica, mantendo-se um grupo de sete Demônios maus, como os mais evocados, e, se dividiam entre machos e fêmeas, sendo uma constante nos antigos encantamentos.
Eram mantidas e divulgadas suas aparências com formas de meio humanas e meio animais, cabeça e tronco de homem ou mulher, prosseguindo com formas animais e garras em alguns casos. Dão conta escritos que o sangue era o alimento predileto, contudo aceitavam outras oferendas também e freqüentavam exatamente túmulos, lugares ermos, etc., mantendo uma freqüência noturna. Afora isso, mantinham também os Demônios assim entendidos então, bons e que eram chamados para guerrear com os maus, que tinham suas representações como gênios guardiões, também em número mais comum de sete, que guardavam seus templos, cemitérios, etc.
Desta forma, se vasculharmos mais, encontraremos muitos casos onde a possibilidade de influencia nos segmentos e praticas ritualísticas não compreendidas, deram ensejos a entendimentos errados e incompletos, levando através do caminho do preconceito e das restrições, muitas interpretações distorcidas e utilizadas para explicar o desconhecido ou o que atrapalhava os interesses. É certo também, que a falta de maior vivencia com as culturas pagãs, pelos povos mais modernos e afeitos a outros segmentos, também ensejou entendimentos completamente errados, inserindo no seio mundial, injustiças e interpretações de toda ordem a respeito dessas divinas culturas, que no seu seio comum durante milênios e até hoje só trouxeram sabedoria e benefícios incomuns ao homem e a Terra, proporcionando conhecimento e informação.
Bem, voltando ao nosso tema principal, mesmo aqui no Brasil não se justifica diante de tanta importância e conhecimento que já se obtém hoje, manter-se imagens de Exus com tantas distorções e formas que ao nosso modesto entender não refletem a realidade, muito embora compreendidas e simbolicamente definidas, muitas delas demonstram o que exatamente tenta se combater em relação a nossa Umbanda, junto a comunidade social e também religiosa, pretendendo que conheçam exatamente a beleza natural que ela possui, fato que deveria ser revisto e estimulado entre os nossos, levando a público o que realmente são, sem interferências de outras culturas em nosso seio.
No passado remoto, vimos quantas injustiças foram cometidas com nossos anscestrais e adoradores de Orixá, quanta perseguição sofreram por falta de respeito a uma cultura de tantos milênios e que jamais representou o mau ou relação com a Demonologia, apartando-se de conceitos como o bem e o mau para designar seus Deuses, ao contrário sempre cultuados como Divinos que são.
É sabido que os negros africanos, em suas danças nas senzalas, nas quais os brancos acreditavam tratar-se de forma simples de saudação de seus Santos, incorporavam alguns Exus, com seu brado e jeito maroto e acabavam por assustar os brancos que se afastavam ou agrediam os médiuns dizendo que eles estavam possuídos por Demônios.
Com o passar do tempo, os brancos tomaram conhecimento dos sacrifícios que os negros ofereciam a Exu, o que reafirmou sua hipótese de que essa forma de incorporação era devido a Demônios, fato lamentável e confusão injusta, o que não deseja retirar o respeito ou o valor àqueles que assim agem, por sermos livres e portadores do tesouro divino do livre arbítrio, que nos foi doado pela Criação. E assim tantos outros entendimentos incompletos ou errados foram inserindo-se no convencimento do homem que suportado por interesses de alguns segmentos, medo ou mesmo desinformação, foram formando um grave erro acerca de seu verdadeiro contexto.
Mas então quem é esse Guardião?
Como todos os outros responsáveis pela estrutura universal e parte dela, atuam no divino fenômeno Exu, postando seu mistério e manipulando-o como um verdadeiro Guardião da Luz. Longe de desejarmos promover qualquer definição ou classificação sobre Exu ou Guardiões, cuja informação é vasta e muitas outras obras já dão conta disso, apenas nos detivemos nas considerações gerais a seu respeito, máxime, tratar-se esse trabalho da vida e obra do Sr Exu Guardião Tranca Rua, bem como de seu campo de atuação, psicografada com a inspiração de Mestre Lúcius.
Desejando também estimular nosso povo no sentido de desmistificar a figura de Exu, tanto quanto for necessário, uma vez que trata-se de um Guardião magístico, cuja atuação entre os elementais e os elementos universais é devéras suprema, dando conta de uma missão interminável, suportando caídos, desfazendo magias, habitando a escuridão, sustentando a Luz e preservando os pilares tão desgastados por conta de dogmas, rituais e atividades insustentáveis por conta daqueles desejosos do pseudo poder humano.
È o Guardião dos Caminhos, companheiro dos Pretos Velhos, Caboclos, aparador entre os homens e os Orixás, lutador incansável, sempre de frente, sem medo, sem mandar recado. Senhor da escuridão e do plano negativo atuam dentro de seus mistérios, regendo seus domínios e os caminhos por onde percorre a humanidade. Não há como se desejar promover uma ordem de valores como pretendem alguns, entre o negativo e o positivo, desejando assim fazer um juízo de valor inconsistente e impraticável.
A ordem de valores não nos cabe e sabemos que a verdade foi lançada ao homem de maneira fragmentada e por diversos segmentos e caminhos, religiosos ou não e assim devem ser respeitadas, uma vez que a verdade absoluta só a Deus, o eterno Criador pertence.
Tudo o que existe no plano positivo, mantêm-se proporcionalmente igual e de forma correspondente no plano negativo e assim é e será por todo o sempre, pois sempre que nasce algo novo é refletido (espelhado inversamente) e imediatamente, no plano negativo, não há como se criar em apenas um plano, a criação é única e alcança todos seus correspondentes de existência universal na mesma proporção, medida e força de instalação do fenômeno da criação, sendo assim, no plano negativo nada se cria em sua própria plenitude, na verdade se transforma e se instala como razão própria de sua própria razão original e propulsora, exaurindo-se em sua real origem de início, é o "Príncipio" ativo e único da Criação, ORIGINAL E EXAUSTIVA, porque tudo emana de uma só origem alçando o patamar Divino da Co-Criação, imediata e unicamente existente.
Não existem planos separados e adversos, mas sim correspondentes e que se complementam na razão única de si mesmos, denotando a unicidade do absoluto, o universo como um todo. As adversidades existentes não se confundem com o plano único de origem de tudo e de todas as coisas,(Poder de Criar), exaustivos em si mesmos nos desdobramentos divinos do fenômeno criador.

 "O sino da Igrejinha faz delem, delon delon
Deu meia noite o galo já cantou
Seu Tranca Rua que é o dono da Gira
Oi corre gira que Ogum mandou".

Exú pode ser o mais benevolente dos Orixás se é tratado com consideração e generosidade".

Assim é Exu
Assim é o Guardião
As vezes alegre;
As vezes assustador;
As vezes temido;
As vezes amado;
Mas sempre ouvidos a quem quer que seja;
Sempre leal aos seus amigos;
Honesto com seus cultuadores;
Combatedor da maldade no mundo;
Sempre forte e destemido;
Gozador e franco;
Sustentador do livre arbítrio do homem;
Muitas vezes renegado;
Mas sempre chamado!

Assim é Exu!
Assim é o Guardião!
Salve Exu!

Obrigado.




O presente texto foi extraido do Livro "O GUARDIÃO TRANCA RUA"

quinta-feira, 24 de março de 2011

Terapeutica

Quando perguntam ao Exú sobre doenças psicossomáticas, se essas realmente existem e se é verdade que a mente do ser humano é capaz de causar doenças físicas mesmo sem o real intento, este responde:
"Quando a boca cala...  o corpo fala!!!
O resfriado escorre quando o corpo não chora.
A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.
O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.
O diabetes invade quando a solidão dói.
O corpo engorda quando a insatisfação aperta.
A dor de cabeça deprime quando as duvidas aumentam.
O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.
A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.
As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.
O peito aperta quando o orgulho escraviza.
O coração infarta quando chega a ingratidão.
A pressão sobe quando o medo aprisiona.
As neuroses paralisam quando a"criança interna" tiraniza.
A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.
Preste atenção!
O plantio é livre, a colheita, obrigatória... preste atenção no que você está plantando, pois será  a mesma coisa que irá colher!!

Reuniao nas Trevas

O Chefe dos Espíritos das Trevas convocou uma Convenção Mundial de obsessores.
Em seu discurso de abertura, ele disse:
"Não podemos impedir os cristãos de irem aos seus templos.
Não podemos impedi-los de ler os livros e conhecerem a verdade.
Nem mesmo podemos impedi-los de formar um relacionamento íntimo com os Espíritos Elevados e Jesus.
E, uma vez que eles ganham essa conexão com os Espíritos Elevados e Jesus, o nosso poder sobre eles está quebrado.
Então vamos deixá-los ir para seus Centros Espíritas e suas igrejas, vamos deixá-los com os almoços e jantares que neles organizam, MAS, vamos roubar-lhes o TEMPO que têm, de maneira que não sobre tempo algum para desenvolver um relacionamento elevado.
O que quero que vocês façam é o seguinte" — disse o obsessor-chefe:
Distraia-os a ponto de que não consigam aproximar-se de Jesus e dos espíritos superiores."
Como vamos fazer isto? Gritaram os seus asseclas.
Respondeu-lhes:
"Mantenham-nos ocupados nas coisas não essenciais da vida e inventem inumeráveis assuntos e situações que ocupem as suas mentes.
Tentem-nos a gastarem, gastarem, gastarem, e tomar emprestado, tomar emprestado...
Persuadam as suas esposas a irem trabalhar durante longas horas, e os maridos a trabalharem de 6 à 7 dias por semana, durante 10 à 12 horas por dia, a fim de que eles tenham capacidade financeira para manter os seus estilos de vida fúteis e vazios.
Criem situações que os impeçam de passar algum tempo com os filhos.
À medida que suas famílias forem se fragmentando, muito em breve seus lares já não mais oferecerão um lugar de paz para se refugiarem das pressões do trabalho.
Estimulem suas mentes com tanta intensidade que eles não possam mais escutar aquela voz suave e tranquila que orienta seus espíritos.
Encham as mesinhas de centro de todos os lugares com revistas e jornais.
Bombardeiem as suas mentes com noticias, 24 horas por dia.
Invadam os momentos em que estão dirigindo, fazendo-os prestar atenção a cartazes chamativos.
Inundem as caixas de correio deles com papéis totalmente inúteis, catálogos de lojas que oferecem vendas pelo correio, loterias, bolos de apostas, ofertas de produtos gratuitos, serviços, e falsas esperanças.
Mantenham lindas e delgadas modelos nas revistas e na TV, para que os maridos acreditem que a beleza externa é o que é importante e eles se tornarão mal satisfeitos com suas próprias esposas...
Mantenham as esposas demasiadamente cansadas para amarem seus maridos. Se elas não dão a seus maridos o amor que eles necessitam, eles então começarão a procurá-lo em outro lugar e isto, sem dúvida, fragmentará as suas famílias mais rapidamente.
Dê-lhes Papai Noel, para que esqueçam da necessidade de ensinarem aos seus filhos, o significado real do Natal.
Dê-lhes o Coelho da Páscoa, para que eles não falem sobre a ressurreição de Jesus e a Sua mensagem sobre o pecado e a morte.
Até mesmo quando estiverem se divertindo, se distraindo, que seja tudo feito com excessos, para que ao voltarem dali estejam exaustos!
Mantenha-os de tal modo ocupados que nem pensem em andar ou ficar na natureza, para refletirem na criação de Deus. Ao invés disso, mande-os para Parques de Diversão, acontecimentos esportivos, peças de teatro banais, apresentações artísticas mundanas e à TV entorpecedora. Mantenha-os ocupados, ocupados.
E, quando se reunirem para um encontro, ou uma reunião espiritual, envolva-os em mexericos e conversas sem importância, principalmente fofocas, para que, ao saírem, o façam com as consciências comprometidas.
Encham as vidas de todos eles com tantas causas supostamente importantes a serem defendidas que não tenham nenhum tempo para buscarem a espiritualidade e Jesus.
Muito em breve, eles estarão buscando, em suas próprias forças, as soluções para seus problemas e causas que defendem, sacrificando sua saúde e suas famílias pelo bem da causa.
Isto vai funcionar!! Vai funcionar !!"
Os espíritos trevosos ansiosamente partiram para cumprirem as determinações do chefe, fazendo com que os cristãos, em todo o mundo, ficassem mais ocupados e mais apressados, indo daqui para ali e vice-versa, tendo pouco tempo para Deus e para suas famílias.
Não tendo nenhum tempo para contar a outros sobre a sublimidade e o poder do Evangelho de Jesus para transformar suas vidas.
Creio que a pergunta é: Teve o Obsessor-chefe sucesso nas suas maquinações?

terça-feira, 22 de março de 2011

Magia das Pedras

Também chamado de:
• Magia Divina das Pedras
 
Sobre o Curso


A Magia das 7 Pedras Sagradas como a (Magia do Fogo) permite que você atue como um instrumento de Deus.


O curso não tem cunho religioso, portanto pode ser freqüentado por qualquer pessoa, independente de cor, sexo ou religião.

A postilado e com duração média de 16 a 20 aulas, envolvendo a teoria e a prática.

Atribuições:
• Limpeza
• Equilíbrio
• Proteção
• Desobsessão
• Saúde.

Concentra-se em práticas magisticas onde se aprende sobre os Tronos de Deus, evocações, fundamentações sobre o mistério das 7 Pedras Sagradas.

No decorrer do curso, o aluno passará por Iniciaçôes e a Consagração necessárias perante o Mistério e o Trono das Sete Pedras Sagradas, tornando-se um Mago das 7 Pedras Sagradas, apto a evocá-los e dar as devidas determinações mágicas.

O aluno recebe no final do curso o certificado do Colégio Tradição de Magia Divina (SP) e é autorizado a se inscrever para os outros graus de Magia Divina "fechados", ministrados apenas pelo Mestre Rubens Saraceni, responsável pela abertura de diversas magias no plano material.


Exemplos da aplicação da Magia das Pedras, fonte livro - A Magia das Sete Pedras Sagradas - autor Rubens Saraceni
INCRIÇOES E INFORMAÇOES
CCUMBANDAPAIJOAO@HOTMAIL.COM OU EDUESANTOS@HOTMAIL.COM
48 - 84295791 OU 48 32469074

Magia das Velas

 

Também chamado de:
• Magia Divina do Fogo
• Magia das Velas
• Magia das Sete Chamas Sagradas
 
...As velas, em si, são um mistério religioso disseminado por todas as religiões do mundo e só algumas não a adotam. Mas se soubessem que elas têm uma utilidade importantíssima, com certeza também adotariam o seu uso durante os rituais. ...As velas são um substituto muito prático às piras ardentes da antigüidade, nos remotíssimos cultos às divindades do fogo, saudadas com tochas ardentes ou fogueiras.
...O fato é que as velas são um mistério em si e, quando acesas magística ou religiosamente, são um poderoso elemento religioso mágico, energético e vibratório que atua no espírito de quem receber sua irradiação ígnea.
...O uso religioso das velas justifica-se porque quando as acendemos, elas tanto consomem energias do prana quanto o energizam, e seus halos luminosos interpenetram as sete dimensões básicas da vida, enviando a elas suas irradiações ígneas.
...É essa capacidade das velas que as tornam elementos mágicos por excelência, pois por meio de suas irradiações e suas vibrações incandescentes é possível todo um intercâmbio energético com os seres que vivem em outras dimensões e com os espíritos estacionados nas esferas ou níveis vibratórios positivos e negativos.
...Essa capacidade delas justifica seu uso até quando são acesas para o espírito de alguém que desencarnou, pois ele irá receber um fluxo luminoso, curador de seu corpo energético, fortalecedor de seu mental e terá seu emocional reequilibrado, caso tenha sido atraído pelo magnetismo de uma esfera ou nível vibratório negativo. Mas caso esteja em alguma esfera positiva e luminosa, também receberá o fluxo da vela do mesmo jeito, incorporando- o ao seu corpo energético e fortalecendo seu magnetismo mental.
....Saibam que o fluxo irradiante de uma vela, se for ativado por sentimentos virtuosos, é muito positivo e gratificante a quem o receber.
...Só que, no caso de quem ativa negativamente uma vela contra alguma pessoa ou espírito, acontece uma reação imediata e fulminante da Lei Maior e da Justiça Divina, pois quem a ativou perdeu sua própria luz e, com o tempo, a dor de quem foi atingido retornará e o atingirá com o rigor da lei.
...Nem é necessário dizer que uma magia divina jamais poderá ser ativada com fins escusos. Ela simplesmente não funcionará, mas a reação virá do mesmo jeito.
...Portanto, uma vela só deve ser acesa por um bom motivo e por sentimentos virtuosos, pois, na mesma proporção, a Lei Maior retribuirá com luz Divina quem deu luz a alguém necessitado ou merecedor de suas irradiações.
...O ato de acender velas brancas ao Anjo da Guarda é muito positivo e funciona mesmo. Ele tanto a usará para atuar em favor da pessoa guardada por ele, quanto para energizar-se com uma irradiação ígnea poderosíssima, capaz de acelerar imediatamente suas vibrações e expandir suas irradiações mentais, pois como já comentamos, seu mental será fortalecido.
...As velas usadas nos templos têm o poder de consumir as energias negativas e os miasmas que são descarregados pelos seus freqüentadores dentro de seu campo eletromagnético, assim como, num intercâmbio energético, recebem da divindade à qual foram consagradas um fluxo de energia Divina que se espalha pelo altar e irradia-se pelo espaço interno, alcançando quem se encontrar dentro dele.
...Magisticamente, as velas criam passagens ou comunicações com outras dimensões da vida e tanto podem enviar-lhes suas energias, como podem retirar delas as que estão sendo necessárias a alguém.
...Por isso, toda oferenda, ritual ou solicitação de auxílio às divindades e aos guias e protetores espirituais deve ser precedida do ato de acender uma ou várias velas, pois suas ondas serão usadas no retorno e trarão a quem oferendou ou solicitou auxílio um fluxo energético natural (de elemento), ou Divino (de divindade), ou espiritual (do espírito guia).
...Em magia, o uso de velas é indispensável, porque são elas que projetam ou captam as energias mais sutis, assim como abrem campos eletromagnéticos limitados ao campo ativo delas, mas que interpenetram outras dimensões, esferas ou níveis vibratórios.
...Quando um desses campos eletromagnéticos é aberto magisticamente, ele permanecerá ativo até que seja fechado ou redirecionado contra quem o ativou. Isso caso seja uma magia negativa, pois caso ela seja positiva, não há por que fechá-lo, certo?
....O fato é que a umbanda e outras religiões recorrem intensamente ao uso das velas e as usam:
...Para iluminar seus altares e suas casas das almas ou cruzeiros;
...Quando oferendam às divindades ou aos guias protetores;
...Para magias positivas ativadas para cortar demandas, magias negras, feitiços, encantamentos etc.
...Os resultados são ótimos e, na maioria das vezes, benéficos, pois só se beneficia realmente quem é merecedor, já que o uso das velas atende a necessidades religiosas regidas pela Lei Maior e pela Justiça Divina em seus recursos mágicos.
...Magias negativas, tais como acender vela preta em cima do nome ou da fotografia de alguém; escrever o nome de alguém em uma vela e depois acendê-la de ponta-cabeça; acender velas para amarrar marido, amante ou namorado; acender velas para fechar os caminhos ou as portas de alguém ou para afundar-lhe a vida são entendidas como fraqueza ou negatividade de quem o faz e não demora muito para que a Lei Maior e a Justiça Divina providenciem os merecidos choques de retorno ou punições exemplares a quem recorre a essas magias condenáveis.
...Tudo é só uma questão de tempo, pois se podemos agir positivamente, então nada justifica o mau uso que dão às velas e aos mistérios mágicos negativos que são ativados quando são acesas com interesses mesquinhos ou desumanos.
Parte do texto retirado do Livro: "O Código da escrita Mágica Simbólica"
Obra de Rubens Saraceni.


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segunda-feira, 21 de março de 2011

Linha Omulu

Continuando as postagens ligadas a Omulu, hoje falamos de algumas entidades desta linha e tambem sua forma de apresentarem mais as características do filhos de Omulu.

Caboclos De Obaluaê, São espíritos dos antigos “pajés” das tribos indígenas.Raramente trabalham incorporados, e quando o fazem, escolhem médiuns que tenham Obaluaiê como primeiro Orixá. Sua incorporação parece um Preto Velho, em algumas casas locomovem-se apoiados em cajados. Movimentam-se pouco. Fazem trabalhos de magia, para vários fins. Alguns caboclos são:  Araúna, Acuré, Aimbiré, Bugre,  Yucatan, Jupurí, Uiratan, Alho d’Água, Pena Preta, Pena Roxa, Laçador, Caboclo Roxo, Grajaúna, Bacuí, Piraí, Surí, Serra Negra, Tira Teima, Folha Seca, Sete Águias, Tibiriçá, Viramundo, Treme-Terra. Todos chefiados pelo Cacique Arranca Toco.

Pretos-Velhos De Obaluaiê: São simples em sua forma de incorporar e falar. Exigem muito de seus médiuns, tanto na postura quanto na moral. Defendem quem é certo ou quem está certo, independente de quem seja, mesmo que para isso ganhem a antipatia dos outros. Agarram-se a seus “filhos” com total dedicação e carinho, não deixando no entanto de cobrar e corrigir também. Pois entendem que a correção é uma forma de amar. Devido a elevação e a antiguidade do Orixá para o qual eles trabalham, acabam transformando suas consultas em conselhos totalmente diferenciados dos demais Pretos-Velhos. Ou seja, se adaptam a qualquer assunto e falam deles exatamente com a precisão do momento. Como trabalha para Obaluaiê, e este é o “dono das almas”, esses Pretos-Velhos são geralmente chefes de linha e assim explica-se a facilidade para trabalhar para vários assuntos. Sua “visão” é de longo alcance para diversos assuntos, tornando-os capazes de traçar projetos distantes e longos para seus consulentes. Tanto pessoal como profissional e até espiritual. Assim exigem também fiel cumprimento de suas normas, para que seus projetos não saiam errado, para tanto, os filhos que os seguem, devem fazer passo a passo tudo que lhes for pedido, apenas confiando nesses Pretos-Velhos. Gostam de contar histórias para enriquecer de conhecimento o médium e as pessoas a volta. Normalmente não usam nomes compostos, são chefiados pelo Pai Benedito.

Os Exus de Omulu são muito bonitos de se ver me terra são na maioria pesados curvados e representam a sabedoria da experiência, trabalham no campo do pó ou como alguns chamam a Calunguinha (Cemitério), alguns nomes conhecido são: João Caveira, Exu do Lodo, Sete-Campas, Sete-Covas, Sete Cruzes, Capa Roxa, Tira Toco, todos chefiados pelo Exu Tatá Caveira.
Os filhos de Omulú são pessoas que não conseguem viver satisfeitas mesmo quando tudo vai bem para elas. Podem até atingir uma boa situação material e um belo dia, rejeitar tudo, por causa de certos escrúpulos imaginários. São pessoas que, em certos casos, se sentem capazes de consagrar o bem-estar aos outros, fazendo completa abstracção dos seus próprios interesses vitais.É possível a auto punição dos filhos de Omulú, principalmente nos seus casamentos, pois não é raro apaixonarem-se por pessoas extrovertidas e sensuais, que ocupam naturalmente o centro do palco, reservando ao parceiro um papel mais discreto. Gostam de ver a pessoa amada brilhar, porém invejam-na, vivendo com muita insegurança.Os filhos de Omulú, cultivam a sua individualidade, são austeros e causam medo aos outros. São irónicos, secos e por vezes discretos.

Que Oxalá nos abençoe sempre


Saravá  .'.

Um diálogo entre Exu e Oxalá

Um diálogo entre Exu e Oxalá

            O céu e a terra fundiam-se no horizonte distante, parecendo uma coisa só, como se não houvesse separação entre o mundo espiritual e o material, a consciência individual e a cósmica. 
            Sentado sobre uma pedra em uma enorme montanha, de cabeça baixa e olhos apenas entreabertos, Exu observava o fenômeno da natureza e refletia sobre o seu interminável trabalho.    
            _Como é difícil a humanidade – pensou em certo momento – parece nunca estar satisfeita, está sempre querendo mais e, em sua essência egoísta desarmoniza tudo, tudo...  Tudo que era para ser tão simples acaba tão complicado.
            Com os olhos habituados a enxergar na escuridão e na distância, Exu observou cada canto daqueles arredores.  Viu pessoas destruindo a si mesmas através de vícios variados, viu maldades premeditadas e outras praticadas como se fossem atos da mais perfeita normalidade.  Viu injustiças, principalmente contra os mais fracos e indefesos.  Com seus ouvidos, também atentos a tudo, ouviu mentiras, palavras de maledicência, gritos de ódio e sussurros de traição.
            Exu suspirou.
            _Serei eu o diabo da humanidade? – pensou ironicamente, ao lembrar o quanto era associado à figura do demônio.  Passou horas observando coisas que estava habituado a ver todos os dias: mentiras, fraudes, corrupção, traições, inveja, e uma gama enorme de sentimentos negativos.
            Foi quando estava imerso nesses pensamentos que Exu ouviu uma voz ao seu lado, dizendo naquele tom austero, porém complacente:
            _Laroyê, Senhor Falante.
            Exu ergueu os olhos e vislumbrou a figura altiva de Oxalá.
            _Èpa Bàbá – respondeu Exu, fazendo um pequeno movimento com a cabeça, em sinal de respeito.
            _Noto que está pensativo, amigo Exu – falou Oxalá.   
            Exu respirou fundo, contemplou novamente o horizonte e respondeu:
            _Trabalhamos tanto...  e incansavelmente, mas os homens parecem não valorizar nosso esforço.
            Oxalá moveu os lábios para dizer algo, mas antes que isso acontecesse, Exu, como que prevendo o que seria dito, continuou:
            _Não falo em tom de reclamação, sou um trabalhador incansável e o amigo sabe disso.  É com prazer que levo o que tem ser levado e retiro o que deve ser retirado.  É com satisfação que abro ou fecho os caminhos, de acordo com a necessidade de cada um, é com resignação que acolho sobre minhas costas largas a culpa do mal que muitos espíritos encarnados e desencarnados fazem, não reclamo do meu trabalho.  Sou Exu, para mim não existe frio ou calor, cansaço ou preguiça, existe apenas a necessidade de cumprir a tarefa para qual fui designado.
            _Se mostra tão resignado e, no entanto, parece que deixa-se abater pelo desânimo – comentou Oxalá, apoiando-se em seu paxorô.
            Exu soltou uma gargalhada, ao que Oxalá deu um leve sorriso, com um movimento quase imperceptível no canto direito dos lábios.
            _Não sou resignado nem tampouco estou desanimado – falou Exu – estou pensativo sobre pouca inteligência dos homens.  Veja só: como responsável pela aplicação da Lei Cármica observo muita coisa.  Observo não apenas o sofrimento que alguns homens impõem a si mesmos, mas vejo também as incessantes oportunidades que o Universo dá a cada dos seres que habitam a Terra.  O aprendizado que tanto precisam lhes é dado por bem, mas quase nunca enxergam pelo amor, então lhes é dada a oportunidade de aprender pela dor, mas geralmente só lembram a lição enquanto a dor está a alfinetar sua carne.  Com o alívio vem o esquecimento e todos os erros e vícios voltam a aflorar.
            Oxalá fez menção de dizer algo, mas com o dedo em riste entre os lábios, novamente Exu o impediu de falar.
            _Ouça – disse Exu, colocando a mão em concha na orelha, como se ele e Oxalá precisassem disso para ouvir melhor.  E ambos ouviram o som que vinha da Terra.  O som da inveja, dos maus sentimentos, da maledicência, da promiscuidade, da ganância.  Exu deu outra gargalhada e disse:
            _Percebe?  Temos trabalho por muitos séculos ainda.
            _E isso não é bom? – perguntou Oxalá, que dessa vez não deixou Exu responder e continuou:
            _Pobres homens, ignorantes da própria grandeza espiritual e da simplicidade do Universo.  Se não desconhecessem tanto o funcionamento das coisas, seriam mais felizes.
            _Não estão preocupados em discernir o bem do mal – resmungou Exu.
            _E você está, Senhor Falante? – tornou Oxalá.           
            Mais uma vez Exu gargalhou.
            _Para mim não existe o bem ou o mal. Existe o justo, bem sabe disso.
            _Então por que tenta exigir esse discernimento dos pobres homens?
            _Eu conheço os caminhos – respondeu Exu um tanto irritado – para mim não existem obstáculos, todos os caminhos se abrem em encruzilhadas.  Para mim as portas nunca se fecham e as correntes nunca prendem. Conheço o sutil mistério que separa aquilo que chamam de bem daquilo que chamam de mal.  Não sou maniqueísta, não sou benevolente, pois não dou a quem não merece, mas também não sou cruel, pois sempre ajo dentro da Lei.  Os homens, coitados, acreditam na visão simplista do bem e do mal, como se todo o Universo, em sua “complexa simplicidade” se resumisse apenas entre o bem e o mal. 
            _Pobres homens – repetiu Oxalá.
            _Pobres homens – concordou Exu – mesmo olhando o Universo de uma forma tão simplista, dividido apenas entre bem e mal, acabam sempre demonizando tudo, achando que o mal é o melhor caminho para conseguir o que desejam ou então acreditam que são eternas vítimas do mal.  E o que é pior, quase sempre eu é que sou o culpado.
            _Mas é você o responsável pelo mal? – perguntou Oxalá, admirando o horizonte.
            _Sou justo, apenas isso – respondeu Exu.
            _Não seria a justiça uma prerrogativa de Xangô? – tornou o maior dos orixás.
            Exu olhou fundo nos olhos de Oxalá e respondeu:
            _Estou a serviço do Universo, de cada uma das forças que o compõe, inclusive do Senhor da Justiça.
            _Isso significa que trabalha em harmonia com o Universo, caro Exu?
            _Imaginei que soubesse disso – respondeu Exu, irônico como sempre.
            _Acho que sempre soube.  Quando observo o horizonte e vejo o céu fundindo-se à Terra, percebo o quanto o material pode estar ligado ao espiritual.  Percebo que apesar de todas as dificuldades que os próprios homens criam, é possível acender a chama da fé em seus corações.  Percebo o quanto eles são falhos, mas percebo também o quanto são frágeis e precisam de nós – e nesse momento pousou a mão sobre o ombro de Exu – sejam dos que trabalham na luz ou na escuridão, pois tudo faz parte do Uno e se inter-relacionam.  O mesmo homem que hoje está nas profundezas mais abissais, amanhã pode ser o mensageiro da luz.
            Exu olhou para os olhos de Oxalá, como se não estivesse concordando, mas dessa vez foi Oxalá quem não deixou que o outro falasse, prosseguindo com sua narrativa:
            _Se não fossem os valorosos guardiões que trabalham nas regiões trevosas, dificilmente os que ali sofrem um dia alcançariam o benefício da luz.  Se houvesse apenas a luz, não haveria o aprendizado, que tem como ponto de partida as trevas.  O Universo tão simples é ao mesmo tempo tão inteligente, que mesmo nós, que observamos os homens a uma distância grande, às vezes nos surpreendemos com sua magnitude.  Os homens são frutos que precisam amadurecer e você, amigo Exu, é a estufa que os aquece até o ponto certo e eu sou a mão que os colhe como frutos amadurecidos.
            _Quem diria que trabalhamos em harmonia? – disse Exu em meio a um sorriso – acreditam que vivemos a digladiar quando na verdade trabalhamos em busca de um mesmo objetivo: o aprimoramento da raça humana.
            Oxalá só não soltou uma gargalhada porque não era esse seu hábito (e sim o de Exu), mas disse sem conseguir esconder o contentamento:
            _Então, companheiro Exu, não temos porque lamentar.  A ignorância em que vivem os homens é sinal de que ainda temos trabalho a realizar.  A pouca sabedoria que possuem significa que ainda estão muito próximos ao ponto de partida e cabe a nós, não importa se chamados de “direita” ou “esquerda”, auxiliá-los em sua caminhada, que é muito longa ainda.  Apenas contemplar as mazelas dos corações humanos não irá auxiliá-los em nada.  Sou a luz que guia os olhos da humanidade e você é o movimento que não a deixa estática. Se pararmos por um segundo sequer, atrasaremos em séculos e séculos o progresso da raça humana, que tanto depende de nós.
            Nesse momento o sol começou a raiar timidamente no horizonte, separando o céu e a Terra.  Exu levantou-se da sua pedra e pôs-se a caminhar montanha abaixo.
            _Aonde vai, Senhor Falante? – perguntou Oxalá, como se não soubesse.
            _Vou trabalhar, Senhor dos Orixás – respondeu Exu gargalhando novamente – Esqueceu que sou um trabalhador incansável e que trabalho em harmonia com o Universo, mesmo que ele me imponha a luz do sol?
            Oxalá não respondeu, mas esboçou um sorriso tímido.  Assim trabalhava o Universo: sempre em harmonia.  Os homens, mesmo ainda presos a tantos conceitos primários, trilhavam os primeiros passos em direção ao progresso, pois não estavam órfãos de seus orixás e protetores.

O Filósofo e o Preto Velho

O Filósofo e o Preto Velho

Certo dia, um filósofo adentra a uma tenda de umbanda e senta-se no banquinho de um preto velho. Sua intenção era questionar, investigar; enfim, experimentar.
Ao se sentar, o preto velho já sabia o que ele queria, mas mesmo assim saudou-o gentilmente e perguntou em que poderia ajudar. O filósofo respondeu:
_ Meu preto velho, na era da biotecnologia vemos os cientistas avançarem cada vez mais nas pesquisas referentes à manipulação do material genético humano. Além disso, estamos na era do multiculturalismo, de forma tal que a diversidade, inclusive no sentido intelectual, se faz cada vez mais presente. Pergunto eu: _ o que pode um preto velho dizer sobre assuntos de tamanha complexidade?
Preto Velho, com toda sua calma, respondeu gentilmente ao filósofo:
Misin fio, vós suncê (Sic) tem palavra bonita na boca, por causa de que tu és homem letrado (Sic). Nego véio cá, num estudou nem escrevinhou essas coisa. Mas daqui do meu cantinho, aonde os ventos de Aruanda tocam em meus ouvidos, recebo as notícias que vem da Terra. Vejo também com meus próprios olhos e presencio as lágrimas e sorrisos que brotam como flores e espinhos no âmago de meus filhos.
Vou dizer a vós suncê uma coisa. Esse bicho chamado “biotecnologia”, eu sei muito bem como funciona. Misin fio, [bio] vem do grego “bios” = vida. “Téchne” e “Logos” também vem do grego, fio. Logo, biotecnologia é o conhecimento sobre as práticas (manipulação) referentes à vida.
Assim sendo, nego véio é a favor de tudo que respeita a vida e que é usado para o bem. O bem, não só de si mesmo, mas da humanidade. Uma faca pode ser uma ferramenta de cozinha e ajudar a preparar um alimento. No entanto, a mesma faca pode ser uma arma a machucar alguém. Não é a ferramenta, mas sim o que se faz com ela que torna perigosa a humanidade.
Pasmo, o intelectual não sabia o que dizer, tamanha sua surpresa sobre tão sábias palavras. E não só isto, o conhecimento até sobre a origem das expressões que vem do grego, aquela humilde entidade possuía.
Por alguns segundos sentiu um misto de inveja e indignação, uma vez que pensou ser mais conhecedor sobre as coisas da vida que o Preto Velho. Daí então indagou:
_ Você acha que suas opiniões podem superar a luz da ciência? Este, respondeu:
_ Fio, o que nego véio fala, nego véio comprova, pois este nego vivenciou. Caminhou na terra que vós suncê pisa hoje. Sorriu, chorou, se emocionou, amou. Conviveu com homens de bem e também com homens do mal. Fez suas escolhas e por isso é hoje um espírito guia. E só pude aqui chegar porque acertei na maioria das escolhas que fiz. Naquelas em que não acertei, tive que vivenciar novamente, até aprender. Assim como vós, na Terra.
Quanto aos estudos (risos), esse nego véio aqui não frequentou escola na última encarnação. Mas, das muitas encarnações que tive, eu estudei, me formei e, em algumas delas me doutorei. A medicina chinesa, a filosofia grega, a sabedoria hindu; tudo isso fez parte da minha evolução. Da matemática egípcia até os estudos astronômicos de Galileu pude aprender.

E depois de aprender tudo isso, sabe qual o maior ensinamento que obtive misin fio?!
A ter h –u- m- i- l- d- a- d- e.

Por isto, doutor, vós me vês na aparência de um velho escravo brasileiro,
semeador das raízes deste lindo país chamado Brasil, terra da diversidade, da multi culturalidade.
Que cada um formule a sua moral da história.
Porém, questione seus conhecimentos e veja se estão alinhados com os propósitos de simplicidade.
Pois sem ela, não se faz jus a benção do saber.

Ação & Reação

AÇÃO e REAÇÃO
A Evolução nas Palavras do Preto Velho
Recebi este texto a alguns anos atrás, envio para compartilhar,
está como autor desconhecido, se alguém souber a autoria peço que me informe.
É uma reflexão interessante... sobre EVOLUÇÃO.

PRETO VELHO – Meu filho, você tem que evoluir, tudo evolui.
MÉDIUM – O que tenho que fazer, meu Pai?

PRETO VELHO – Se desfaça de todos os bens materiais que você tem. Dê uma parte para os pobres e necessitados e a outra para sua mulher e filhos.
MÉDIUM – De tudo?

PRETO VELHO – Sim. E também de sua mulher e filhos. Vamos sair pelo mundo ajudando aqueles que necessitam. Andaremos de cidade em cidade, de lugar em lugar. Quando tiver fome, eu providenciarei comida; quando tiver sono, eu providenciarei lugar seco e seguro para descansar; quando tiver frio, eu providenciarei agasalho e roupas...
MÉDIUM - Não sei se posso. O senhor está pedindo muito de mim.

PRETO VELHO – Mas você não quer evoluir, chegar numa consciência maior?
MÉDIUM - Eu quero evoluir, mas tenho que perder tudo o que tenho. Largar minha família, meus amigos... Não sei se posso fazer isso para evoluir. Prefiro ficar como estou e buscar uma outra forma de evoluir. O senhor mesmo não disse que existem muitas formas de evoluir, porque só me deu esta escolha?

PRETO VELHO – Quando você disse que era necessário retirar as imagens do meu Congá que isso era necessário para que minha casa evoluísse, que eu evoluísse, não me deu escolha. Eu deixei. Quando você disse que era necessário retirar os atabaques, que isso era necessário para que minha casa evoluísse, que eu evoluísse, não me deu escolha. Eu deixei. Quando você disse que era necessário parar com as oferendas para os Orixás, que isso era necessário para que minha casa evoluísse, que eu evoluísse, não me deu escolha. Eu deixei. Quando você disse que não era preciso utilizar as guias, que isso era necessário para que minha casa evoluísse, que eu evoluísse, não me deu escolha. Eu deixei. Quando você disse que era necessário que os Guias de nossa casa parassem de beber e fumar, que isso era necessário para que minha casa evoluísse, que eu evoluísse, não me deu escolha. Eu deixei. Você procurou outras formas e outros meios na procura de uma consciência maior. Introduziu várias formas e meios diferentes dos que eu lhe ensinei, pois você começou a achá-los atrasados, primitivos. No entanto, eu pedi a você apenas uma coisa, e você diz que é incapaz. Você mudou tudo o que achou necessário, mas não soube mudar por dentro. Evolução não se faz mudando formas, fundamentos, ritos, meios... Evolução se faz de dentro para fora. Não importa o nosso modo de operar nossa magia, mas sim o que ela representa; sua essência e importância na vida dos que nos procuram; a doutrina e a responsabilidade de nossos rituais; nossos fundamentos; o respeito pelo que é nosso. Você mudou procurando o novo, mas apenas buscou novas formas de fazer velhas coisas. Coisas que você achava que eram primitivas e que não fariam você evoluir. Você hoje se baseia em outros para mostrar sua evolução e consciência: se eles mudam lá, você também muda aqui; se eles fazem lá, você faz aqui. Você fugiu das velhas formas, mas apenas buscou o moderno para fazer o velho. Você já está velho. Em breve irá partir e eu não mais o usarei como cavalo. Tenho, agora, nova missão com outro médium. Nele a tradição será mantida e o novo se fundira´ com o velho em busca da essência e não da forma.
MÉDIUM – O Senhor nunca me recriminou. Nunca disse que não.

PRETO VELHO - Se eu dissesse que não, você ficaria frustrado. Faria as coisas por fazer, sem o respeito ou os fundamentos necessários. Então eu deixei que você fizesse o que achava que era correto, pois você o faria com gosto.  Na verdade, você nunca perguntou o que eu achava de tudo isso. Mas mesmo em desacordo, reconheço que você ajudou muitas pessoas.
MÉDIUM – Porque o Senhor só está me dizendo isto agora?  Depois de tanto tempo trabalhando comigo...

PRETO VELHO – Você mudou tanto... Tanto que nem o reconheço mais... Só que agora você esta velho. Já está indo embora. Então vim para pedir uma última caminhada juntos, para que você encontrasse sua essência e tivesse a oportunidade de alcançar o que você buscou todos esses anos: evoluir, alcançar uma consciência com Deus.
MÉDIUM - Então todo esse tempo... Todas essas mudanças que fiz... Foram em vão?

PRETO VELHO - Não. Muitos que aqui estiveram e saíram para construir suas casas e nelas buscaram a essência daquilo que você ensinou, e que não mudaram por mudar, seguindo um caminho próprio, conseguiram encontrar uma consciência com Deus e uma evolução de dentro para fora. Você, mesmo sem saber, os ajudou.
MÉDIUM - Mas eu expulsei muitos médiuns por não quererem seguir com minha linha de trabalho.

PRETO VELHO – Eles souberam tirar o melhor de seus ensinamentos e dos meus. Eles abriram suas casas e hoje fazem Umbanda de várias formas.
MÉDIUM - Então...

PRETO VELHO - Sim. Aqueles que você dizia que ficaram no caminho; aqueles que não ficaram mudando constantemente, mas souberam degustar cada momento e perpetuar a tradição, os costumes, os fundamentos, os ritos... Eles mudaram a forma de ver o mundo e sua relação com ele. Buscaram a modernidade nas relações com os médiuns, no entendimento dos novos problemas, essa modernidade viciosa do ser humano. Utilizaram a modernidade e o novo para levar a doutrina, os ensinamentos, a palavra e o auxílio aos que necessitavam, mas souberam dar continuidade à nossa cultura e nossa forma, alcançando a essência naturalmente, gradativa. Mesmo o novo precisa de tradição para virar doutrina e buscar em sua própria forma e essência. Agora é hora de seguirmos juntos.
MÉDIUM - Mas eu não sei se posso largar tudo... Eu disse ao Senhor que não podia largar tudo o que construí, minha família, mulher, filhos, amigos...

PRETO VELHO – Olhe para baixo... O que você está vendo?
MÉDIUM – Minha família. Minha mulher, meus filhos, meus amigos... Estão à minha volta. E com lágrimas se despedem... Para onde vamos, meu Velho?

PRETO VELHO - Encontrar o seu cavalo e o Terreiro onde você irá trabalhar dando auxílio aos necessitados; conforto aos desesperados; curando os enfermos; agasalhando o frio das almas com palavras de calor e esperança; dando de beber a sede de muitas almas em busca de luz... Agora você é um de nós.
MÉDIUM - É engraçado, meu Velho. Eu busquei tanto o novo tentando alcançar a evolução que evoluí com a missão da tradição e de perpetuar o que não soube dar o devido valor. O Senhor ficará comigo?        

PRETO VELHO - Sim, e lhe darei meu nome e minha força. Te ensinarei tudo o que será necessário. O resto será entre você e seu médium. Ele é novo e muito parecido com você.
MÉDIUM – E como devo agir com ele? Também sofrerei como o Senhor sofreu comigo?

PRETO VELHO - Eu não sofri com você.
MÉDIUM - Mas o Senhor disse...

PRETO VELHO - Eu não disse que sofri. Estava preparando você para tudo isso. Às vezes só se dá o real valor a algo quando ele escorre de nossas mãos. Você vivenciou a tradição, os costumes e os novos meios, as novas formas. Adquiriu experiências diferentes. Segure minha mão...          
MÉDIUM - Estou mudando...

NO TERREIRO - “Bate tambor lá na Angola, bate tambor... Bate tambor lá na Angola, bate tambor... Os meus Pretos Velhos batem tambor... Nas minhas Almas batem tambor... Para todo povo, batem tambor... Lá na Angola, bate tambor... Bate tambor lá na Angola, bate tambor... Bate tambor lá na Angola, bate tambor...“.
PRETO VELHO - É aquele...
* O novo PRETO VELHO incorpora e um novo ciclo se inicia...

domingo, 13 de março de 2011

Diversidade nas comunicações mediúnicas

"O servidor do Pai, inspirado pelo Evangelho, 
tanto admira a urtiga que fere quanto a violeta que perfuma;
tanto tolera a serpente rastejante, que atende ao sagrado direito de viver,
quanto admira a andorinha que corta os espaços.
Sabe que Deus não cometeu distrações na contextura dos mundos;
que não criou "coisas ruins ou impuras" e que não cabe ao homem 
o direito de criticar supostos equívocos do Pai!
O bálsamo, que alivia a dor, tem o seu correspondente no ácido, que cauteriza a gangrena.
Eis porque não podemos nos cingir a um sistema único de comunicações mediúnicas,
de modo a vos entregarmos mensagens confeccionadas especialmente para o cabide
do vosso comodismo mental. 
Não deveis criar a separação, exigindo preferência exclusiva para o que vos é simpático,
pois, não existindo coisa alguma absolutamente impura, à medida que realmente evoluirdes
descobrireis os valores que se acham ocultos nas coisas consideradas inúteis ou daninhas." 

Ramatis - Extraído do livro Mensagens do Astral
Ramatís 

sábado, 12 de março de 2011

O Remédio do Preto Velho


Certa vez, Dona Clotilde, uma distinta senhora de classe média,
viu-se nos seus 60 anos de idade, frente a inúmeros problemas de saúde.
Após infindáveis visitas aos médicos, os resultados que conseguia eram
pequenos, mas continuava a distinta senhora a contornar os seus
problemas de saúde.
Uma das empregadas de sua residência, ao notar seu estado doentio,
lhe sugeriu uma visita a um templo de Umbanda.
Dona Clotilde havia recebido em sua vida uma educação esmerada,
estudou no exterior e casou-se na juventude com rapaz de família tradicional.
Sua família, embora católica, frequentava periodicamente reuniões
kardecistas (espíritas) e nessas reuniões havia ouvido muito
falar da Umbanda, sabia ser a Umbanda uma religião que visava
ajudar os humildes e também já tinha conhecimento de suas poderosas
forças aliadas do bem, já ouvira falar de caboclos e pretos velhos e sabia
o que representavam.
Por essa razão, resolveu atender o convite de sua empregada e resolveu
comparecer ao templo.
Após duas noites lá estava Dona Clotilde sentada nos bancos de madeira de
um humilde templo de umbanda na periferia da cidade.
Os trabalhos daquela noite seriam desenvolvidos pela linha dos pretos velhos.
Após a abertura dos trabalhos, a linha de preto velho se fez presente e
iniciou-se o atendimento.
Gente de todas as classes sociais e com os mais diferentes problemas
passou a ser atendida em consultas pelos pretos velhos.
Quando chegou sua vez de ser atendida, sentou-se num banquinho na
frente de uma jovem médium que incorporava um preto de velho de
nome Pai Pedro de Moçambique.
O preto velho, após observar a debilitada senhora, lhe disse:
- "A filha tá muito doente, mas o véio tem remédio muito bom
pra filha tomar”.
Em seguida, ordenou ao seu cambone (médium auxiliar) que escrevesse:
- "A filha vai pegar casca de ovo sem cozinhar, vai torrar no forno,
depois vai moer as casca, misturar com leite morno e vai beber
todas as noite um copo bem cheio".
Feito isso, o Pai Pedro solicitou a ela que retornasse na semana
seguinte para continuar com seu tratamento.
A Dona Clotilde, um pouco desapontada, foi-se embora, não
esperava receber a receita de tal remédio absurdo.
No caminho para casa raciocinava ela: Mas que absurdo comer
cascas de ovo torradas, pensava ela, como me deixei trazer por
aquela empregada a este fim de mundo em meio a esta
gente miserável.
Ao chegar em casa não deu ouvidos ao pedido do Pai Pedro e 
jogou o papel no lixo.
Os anos se passaram e a situação de Dona Clotilde agravou-se. 
Certa tarde, Dona Clotilde muito doente, recebeu a visita de
uma de suas amigas,
que era kardecista e dirigia um renomado centro espírita.
Aconselhada pela amiga resolveu fazer uma visita ao centro 
espírita em dia determinado, ocasião em que o espírito do
Dr. Pedro Pereira que havia sido em vida um médico renomado
lá incorporava, dava consultas e conseguia verdadeiros
milagres junto as pessoas doentes.
Contente pelas palavras da amiga, na noite seguinte lá estava
Dona Clotilde sentada nas cadeiras do
centro espírita aguardando ser atendida. Os trabalhos da noite 
se iniciaram com normalidade, a leitura do Evangelho
Segundo o Espiritismo foi feita aos presentes e no ambiente
a sensação de paz se instalou.
Iniciou-se em seguida o atendimento aos presentes pelo Dr. Pedro.
Chegada a sua vez, sentou-se frente a um médium sexagenário que
incorporava o Dr. Pedro Pereira que disse aos seus auxiliares:
- "Nossa querida irmã encontra-se muito doente, atualmente o
seu maior problema é a osteoporose. A querida irmã deve torrar
cascas de ovo cru, em seguida moer as cascas e misturá-las em
leite morno e deve tomar todas as noites um copo desse preparado".
Ao ouvir isso, a Dona Clotilde disse ao Dr. Pedro:
- Que estranho doutor, há muitos anos atrás me passaram
a mesma receita!
E o Dr. Pedro respondeu:
- "Minha querida irmã, se você tivesse ouvido o Pai Pedro
de Moçambique que lhe ensinou esse mesmo remédio, 
sua atual situação não seria tão grave!"
Ao ouvir isso, a Dona Clotilde indagou:
- Mas como o senhor sabe disso?
Respondeu o Dr. Pedro:
- "Eu sou o Pai Pedro de Moçambique que ainda incorporo 
naquele humilde terreiro de Umbanda nas noites de sexta feira
e lá atendo e ensino remédios e soluções alternativas aos humildes
que não tem como conseguir remédios que são caros. 
Ensino a eles o que aprendi na senzala junto a  outros escravos 
que trouxeram da África os ensinamentos da milenar
e poderosíssima magia africana.
Se a irmã tivesse ingerido as cascas de ovo com leite que são
ricos em cálcio, sua atual situação não seria tão grave".
Ao ouvir isso a Dona Clotilde, pasma, levantou-se abruptamente
caindo no chão em seguida, o esforço ao levantar-se foi grande
demais para o seu debilitado esqueleto, ocasião em que o seu fêmur
(osso da perna) quebrou-se,  tendo que ser levada as pressas a um hospital.

Esta história ensina que não devemos julgar o que não conhecemos e 
não temos poder para ver e compreender.
A condição humilde em que se apresentam nossos guias não são
aval de inferioridade, muito pelo contrário, um caboclo ou preto velho
apresentam-se de forma humilde e os ignorantes que julgam tudo saber
desconhecem que não temos apenas uma existência e nossos guias se
dirigem as pessoas dentro de suas necessidades e também dentro do
degrau de evolução na espiritualidade que atingiram.
Quanto maior for a evolução espiritual e cultural de uma pessoa que
procura por nossos guias, maior será o
nível da comunicação com essa pessoa. Já uma outra com menos evolução,
receberá ensinamentos dentro de uma faixa que lhe permita compreender
o que necessita para ser feliz...