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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Guias Colares na Umbanda

Fundamentos das GuiasO uso de colares, pulseiras e talismãs é tão antigo quanto a própria humanidade.
Todos os povos antigos pesquisados adotavam o uso de colares confeccionados com pedras roladas, seixos, dentes de animais, pérolas, penas, sementes, pedaços de ossos ou de madeiras esculpidas, conchas, unhas de certos animais, cabelos humanos ou crinas de animais trançados, etc.
São tantas as coisas usadas na confecção de colares que não nos é possível listar todas.
O uso com respeito de colares confeccionados de forma rudimentar se perde no tempo, tendo começado em eras remotas, quando ainda vivíamos em cavernas ou éramos nômades, mas precisávamos de protetores contra o mundo sobrenatural inferior ou contra o perigo de animais e insetos venenosos ou os malefícios feitos por outras pessoas, etc.
Então, que fique claro aos umbandistas que o uso de colares ou "guias de proteção" não é uma coisa só da Umbanda ou dos cultos afros aqui estabelecidos. Inclusive, os índios americanos também usavam e ainda usam colares, braceletes, pulseiras e talismãs, tal como fazia e faz o resto da humanidade.
Os padres da Igreja Católica usam rosários, crucifixos pendurados no pescoço (um colar, certo?), escapulários, etc., assim como todos os sacerdotes da maioria das religiões atuais o fazem com seus colares consagrados.
Enfim, não há nada de excepcional, incomum ou fetichista no fato de os médiuns umbandistas usarem colares de proteção ou de trabalhos espirituais quando incorporados pelos seus guias.
O uso de colares era tão comum na Antiguidade que originou a ourivesaria e a joalheria como indústrias manufaturadoras de colares, pulseiras, braceletes, talismãs, tiaras, etc., para atender aos sacerdotes e aos fiéis mais abastados que preferiam ter objetos de proteção confeccionados com pedras e metais preciosos e de difícil aquisição pelo resto dos membros dos clãs ou tribos do passado.
Reis, rainhas, príncipes, imperadores, ministros, etc., que formavam a elite dos povos antigos, não usavam colares comuns ou de fácil confecção, mas recorriam a artesãos especializados para confeccioná-los, tomando a precaução de terem colares únicos e de mais ninguém.
Cadáveres eram enterrados com colares, talismãs, etc., pois precisavam proteger seus espíritos no mundo dos "mortos", assim como haviam precisado deles aqui no mundo dos "vivos", e isso acontece até os dias de hoje na cultura ocidental cristã, na qual o uso antigo de colares mágicos e protetores perdeu seus fundamentos, sendo substituídos por gravatas, lenços, cachecóis, fitas, etc. que envolvem o pescoço dos vivos e dos cadáveres, certo?
Portanto, irmãos(ãs) umbandistas, não se sintam constrangidos(as) por usar em público colares ou "guias", pois não é em nada diferente do que todo mundo faz.
Bem, até aqui só comentamos o que é história e fato comprovável observando os sacerdotes e fiéis de todas as religiões que, sem se aperceberem disso, usam esse recurso mágico para se proteger do mundo sobrenatural.
Logo, o uso de guias ou colares, braceletes, pulseiras, tiaras (proteção à cabeça ou coroa), etc. tem fundamento mágico e deve ser entendido e aceito por todos os umbandistas como um dos fundamentos mágicos da nossa religião. Desde o seu início, fomos instruídos a usá-los pelos nossos guias espirituais, que os consagram e os usam durante os passes mágicos-energéticos dados nos consulentes em dias de trabalho.
Só que a maioria dos umbandistas compra colares, braceletes, pulseiras, talismãs, etc. sem saber ao certo quais são seus poderes ou usos mágicos. E vemos muitos médiuns com muitos colares belíssimos no pescoço mas que, se perguntados sobre o porquê de usarem tantos de uma só vez, responderão que seus guias espirituais lhes pediram.
E, se perguntados sobre os fundamentos de cada um deles, infelizmente não saberão dizer quais são, porque isso não é ensinado regularmente na Umbanda e o pouco que sabem foi ensinado por seus guias espirituais.
Na Umbanda não existem muitas pessoas preocupadas com os seus fundamentos divinos, espirituais, mágicos, litúrgicos, etc., e todos querem "resultados" e ponto final.
Só que isso, essa falta de preocupação com os fundamentos, está deixando de lado importantes conhecimentos e fazendo com que objetos mágicos sagrados sejam utilizados de forma profana e objetos profanos sejam usados como se fossem sagrados, pois já não há informações correntes e de fácil acesso aos médiuns umbandistas, ensinando-os corretamente e esclarecendo sobre quando e como usar colares, braceletes, pulseiras, talismãs, etc.
E não adianta os mais "antigos" ficarem contrariados por essa nossa afirmação, pois ou não sabiam quais eram esses fundamentos, e por isso não ensinaram aos seus filhos-de-fé ou então, se sabiam e não ensinaram, são os responsáveis pelo que está acontecendo com os novos umbandistas, que não têm quem ensine nada a respeito, certo?
Bem, vamos aos fundamentos ocultos dos mistérios dos colares, dos braceletes, das pulseiras, dos anéis, das tiaras e dos talismãs e como consagrá-los corretamente, beneficiando-se do poder de realização que adquirem quando isso é feito por eles.
1 º – Um colar, anel, bracelete, pulseira e tiara ou "coroa" é em si um "círculo".
2 º – Por círculo estável entendam aquele que tem forma imutável (anéis e coroas).
3 º – Por círculo maleável entendam aquele que é flexível e movimenta-se, abre-se ou fecha-se segundo os movimentos do seu possuidor, (colares, braceletes e pulseiras).
4 º – O círculo é um espaço mágico. E, porque é um, então pode ser consagrado e usado para uma ou mais funções pelo seu possuidor porque torna-se em si um espaço mágico ativo e funcional muito prático e fácil de ser usado.
5 º – É certo que esse fundamento só era conhecido dos grandes magos da era cristalina e perdeu-se quando ela entrou em colapso, restando o conhecimento aberto ou popular de que eram poderosos protetores contra inveja, mau-olhado, fluidos e vibrações negativos, encostos espirituais e magias negativas.
6 º – O conhecimento popular perdurou e acompanhou a evolução da humanidade, e várias fórmulas consagratórias foram desenvolvidas no decorrer dos tempos por magos, inspirados pelos seus mentores espirituais.
7 º – Essas fórmulas consagratórias "exteriores" ou exotéricas puderam ser ensinadas e perpetuadas, auxiliando a humanidade no decorrer dos tempos.
8 º – Mas, lembrem-se disto: são, todas elas, apenas fórmulas consagratórias exteriores ou exotéricas e cujos fundamentos ocultos não foram revelados.
9 º – Assim, porque os fundamentos ocultos não foram revelados, o poder dos colares, braceletes, pulseiras, anéis, tiaras e coroas só tem sido usado como protetores... e nada mais.
10 º – A Umbanda, derivada dos cultos religiosos indígenas, afros e europeus, adotou o uso de colares, braceletes, pulseiras, anéis, tiaras, coroas, etc. ainda que seus adeptos nada soubessem sobre os fundamentos mágicos secretos existentes por trás de cada um desses objetos. Índios brasileiros, negros africanos, brancos europeus ou mesmo hindus cheios de colares no pescoço, pouco ou nada ensinaram sobre a consagração interna ou esotérica que dariam a esses objetos (e outros, às imagens inclusive) um poder de realização tão grande que não seriam vistos apenas como adereços ou fetichismo e sim com respeito e admiração por quem olhasse para eles ou os visse de relance.
11 º – Que alguém, umbandista ou não, diga-nos se algum dia leu ou ouviu de outrem algo sobre os fundamentos ocultos e esotéricos dos colares, braceletes, pulseiras, anéis, tiaras, coroas, imagens, símbolos e demais objetos mágicos. Com certeza só ouviu dizer que são fortes protetores contra isso ou aquilo... e nada mais. Já os sábios hindus ou os velhos babalaôs sempre disseram e ensinaram seus seguidores que esses adereços consagrados por eles ou segundo suas fórmulas consagratórias (todas externas e exotéricas) tornam-se poderosos talismãs ou patuás que dão proteção contra isso ou aquilo.
12 º – Nós (e você) sabemos que nunca lhe ensinaram que aqueles colares, braceletes, pulseiras, anéis, tiaras, coroas e demais objetos mágicos usados nos seus trabalhos espirituais ou assentados no seu terreiro têm outras finalidades além das de protegê-los ou aos seus trabalhos, certo?
13 º – Até os seus guias espirituais (Caboclos, Pretos-Velhos, Crianças, Boiadeiros, Marinheiros, Baianos, Encantados, Exus, Pombagiras, Exus-Mirins, Ciganos, etc.) pouco lhes disseram sobre os mistérios de seus objetos mágicos consagrados por eles externamente ("cruzados" por eles é o termo mais adequado), não é mesmo?
14 º – Você usa os colares, pulseiras, braceletes, anéis, tiaras, coroas, etc.) que eles cruzam e sente-se protegido contra inveja, mau-olhado, maus fluidos, etc. e não dá maior valor que o de simples protetores, pois eles foram cruzados e ativados segundo rituais ou processos externos, praticados por guias espirituais impossibilitados de os fazer segundo o ritual ou processo interno, que só pode ser feito a partir do lado material da vida, por uma pessoa conhecedora desse mistério.
15 º – Se isso tudo está sendo revelado agora, um século após a fundação da Umbanda, é para que os umbandistas deixem de procurar em outras religiões ou nos cultos afros aqui estabelecidos os fundamentos sagrados, ocultos e esotéricos (iniciatórios) de sua religião, pois eles (todos, sem exceção) só revelam os fundamentos externos e exotéricos abertos por eles e desconhecem os fundamentos sagrados da Umbanda, que não sejam os deles.
16 º – Então, como um umbandista irá obter com eles o que desconhecem da Umbanda e só conhecem de suas próprias religiões e de suas práticas mágico-religiosas, que fazem porque funcionam?
17 º – Está na hora, pois ela chegou, de os umbandistas e suas práticas começarem a ser copiados pelos adeptos das outras religiões.
18 º – Também chegou a hora de eles (os praticantes das outras religiões afros) respeitarem o poder mágico da Umbanda e pararem de dizer, com a "boca cheia" de orgulho, que a Umbanda não tem fundamentos e que a religião deles é que os têm.
19 º – Está na hora de os umbandistas descartarem as fórmulas "secretas", antiquadas e com fundamentos internos alheios e só recorrerem a fórmulas consagratórias suas, muito bem fundamentadas no lado divino de seus cultos, fórmulas estas muito mais poderosas que as deles, pois as nossas são internas, iniciatórias, consagratórias e sagradas.
20 º – A Umbanda é uma religião mágica que tem seus próprios fundamentos e não precisa recorrer aos outros, que podem servir para os seus adeptos, mas não servem para os umbandistas.
21 º – Chega de buscar fora, e com quem não tem nada a ver com a Umbanda, o que não têm para dar aos umbandistas mas que não perdem a oportunidade de se mostrar "poderosos" e de explorar a boa-fé de pessoas mal orientadas dentro de nosso culto.
22 º – Chega de umbandistas entregarem suas "coroas" a meros "fazedores de cabeça" que só querem sua escravidão e subserviência, pois, após "fazerem a cabeça", do mal informado umbandista, acham-se donos dele e de suas forças espirituais.
23 º – Está na hora, pois ela chegou, dos umbandistas sentirem mais orgulho, de ter mais confiança em suas práticas mágico-religiosas e de olharem com indiferença ou como estranhas as práticas mágico-religiosas alheias, que tanto não lhes pertencem como lhes são dispensáveis mesmo!
Consagrar uma guia, como são chamados os colares dentro da Umbanda, é um procedimento correto, pois somente ele estando consagrado poderá ser usado como protetor ou instrumento mágico nas mãos dos guias espirituais.
O procedimento regular tem sido o de lavá-los (purificação), de iluminá-los com velas (energização) e de entregá-los nas mãos dos guias espirituais para que sejam cruzados (consagração).
Eventualmente são deixados nos altares por determinado número de dias para receber uma imantação divina que aumenta o poder energético deles.
Os guias espirituais sabem como consagrá-los espiritualmente, imantando-os de tal forma que, após cruzá-los, estão prontos para ser usados pelos médiuns como filtros protetores ou pelos seus guias como instrumentos mágicos, ainda que só uma minoria dos guias os utilize efetivamente com essa finalidade e a maioria os prefira como pára-raios protetores ou descarregadores das cargas energéticas negativas trazidas para dentro dos locais de trabalhos espirituais pelos seus consulentes.
Os procedimentos consagratórios dos colares usados pelos umbandistas têm sido estes e poucos têm mais alguns outros.
Eles têm ajudado os médiuns durante seus trabalhos e auxiliado os consulentes a se proteger das pesadas projeções fluídicas que recebem de pessoas ou espíritos no dia-a-dia.
Mas esses cruzamentos ou consagrações, com finalidades específicas e com imantação espiritual, são apenas o lado aberto ou exotérico e, numa escala de 0 a 100, só obtêm 10% do poder dos mesmos objetos que, se forem consagrados internamente ou receberem uma consagração completa, terão 100% de poder.
Normalmente, consagram-se ou cruzam-se colares a pedido dos guias espirituais e cada linha tem suas cores específicas, iguais às dos seus orixás regentes.
Como algumas cores mudam conforme a região, então eventuais alterações de cores impedem a uniformização da identificação dos orixás simbolizados nos colares usados pelos médiuns.
Na confecção dos colares, algumas regras devem ser seguidas:
1 ª — Os colares dos orixás costumam ser de uma só cor.
2 ª — Há algumas exceções (Obaluaiê = preto-branco), (Omolu = preto-branco-vermelho), (Nanã = branco-lilás-azul-claro), (Exu = preto-vermelho; preto; vermelho), (Pombagira = vermelho; preto e vermelho; dourado).
Enfim, há certa flexibilidade no uso das cores dos colares consagrados aos orixás na Umbanda. E isso se deve ao fato de que eles, na verdade, irradiam-se em padrões vibracionais diferentes e em cada um mudam as cores das energias irradiadas.
Então, não podemos dizer que estão erradas as cores usadas na Umbanda. Apenas cremos que deveríamos padronizá-las e não recorrer ao uso individual delas. Também não deveríamos adotar as cores usadas em outros cultos afros.
— O uso de "quelê" também não deve ser adotado pelos umbandistas pois é privativo do Candomblé.
— "Quelê" é um colar curto, feito de pedras trabalhadas; é mais grosso que o normal e usado ao redor do pescoço, indicando que a pessoa é uma iniciada no seu orixá em ritual tradicional e só dele. Portanto, o seu uso não deve ser copiado, pois não é um colar umbandista.
Para a Umbanda, vamos dar as cores mais usadas ou aceitas pela maioria:
• Oxalá = branca • Nanã = lilás
• Iemanjá = azul-leitoso • Omolu = branco-preto-vermelho
• Ogum = vermelho • Obaluaiê = branco-preto
• Xangô = marrom • Exu = preto e vermelho
• Iansã = amarelo • Pombagira = vermelho
• Oxum = azul-vivo • Oxóssi = verde
• Obá, Oxumaré, Oiá-Tempo e Egunitá não são cultuados
regularmente
Como na Umbanda não são cultuados regularmente, alguns orixás foram incorporados por nós, pois ocupam pólos energo-magnéticos nas Sete Linhas de Umbanda. Então vamos dar as suas cores:
• Egunitá = laranja
• Oiá-Tempo = fumê
• Obá = magenta
• Oxumaré = azul-turquesa
Só que há um problema porque não são fabricadas regulamente contas de cristais ou de porcelanas nessas cores.
Por isso, recomendamos que os umbandistas passem a usar colares de pedras naturais sempre que possível, porque só eles (e todos os elementos naturais) conseguem absorver e segurar as imantações divinas condensadas nas suas consagrações "internas".
Contas e outros objetos artificiais ou sintéticos, produzidos industrialmente, não são capazes de reter as imantações poderosas dessas consagrações internas.
Então, aqui há uma relação das pedras dos orixás:
• Oxalá = quartzo transparente
• Oiá-Tempo = quartzo fumê
• Oxum = ametista
• Oxumaré = quartzo azul
• Oxóssi = quartzo verde
• Obá = madeira petrificada
• Xangô = jaspe marrom
• Egunitá = ágata de fogo
• Ogum = granada
• Iansã = citrino
• Obaluaiê = quartzo branco e turmalina negra
• Nanã = ametrino
• Iemanjá = água-marinha
• Omolu = ônix preto — ônix verde
• Exu = ônix preto — hematita — turmalina negra
• Pombagira = ônix — ágata
Obs.: Outras pedras podem ser usadas, pois a variedade de espécies é grande, assim como é a de cores em cada espécie, certo?
Agora, com as linhas de trabalhos formadas por guias espirituais, a coisa complica porque tudo depende das energias manipuladas por eles e pelos mistérios nos quais foram "iniciados" e que ativam durante seus atendimentos aos consulentes.
— Para a linha dos Baianos, recomendamos o uso de colares feitos de coquinhos.
— Para a linha das Sereias, recomendamos os colares feitos de conchinhas recolhidas à beira-mar.
— Para a linha dos Boiadeiros, recomendamos colares feitos de "jaspe leopardo".
— Para a linha das Crianças, recomendamos colares de quartzo rosa, de ametista, de água-marinha e quartzo branco.
Quanto aos colares para descarga, recomendamos que tenham grande variedade de espécies de pedras naturais, de porcelana de cristais industriais, de sementes, etc.
No capítulo seguinte, comentaremos com detalhes fundamentais os colares de descarga.
Um colar é em si um círculo e é um espaço mágico poderoso, se for consagrado corretamente.
Então, supondo que os seus colares tenham sido consagrados corretamente, vamos aos comentários necessários para que você comece a usá-los com mais respeito e trate-os como objetos sacros de sua religião: a Umbanda.
Nós sabemos que não existem comentários sobre os muitos tipos de espaços-mágicos usados pelos praticantes de magia.
Sabemos que usam o triângulo; o duplo triângulo entrelaçado, o pentagrama, etc, mas também que seus fundamentos ocultos ou esotéricos não foram revelados ou comentados por nenhum autor umbandista até a publicação do nosso livro A Magia Divina das Velas (Madras Editora), no qual comentamos superficialmente os espaços mágicos formados por velas.
Bem, o fato é que o círculo é um espaço mágico, e um colar é um círculo, ainda que maleável, pois se movimenta ao redor do pescoço da pessoa que o está usando. Por isso, chamamos os colares de círculos maleáveis.
E, por ser um espaço mágico fechado, se devidamente consagrado, é um espaço mágico permanente e que "trabalha" o tempo todo recolhendo e enviando para outras dimensões ou faixas vibratórias as cargas energéticas projetadas contra o seu usuário.
Como ele é um círculo, então o espaço mágico formado dentro dele é multidimensional e interage com todas as dimensões, planos e faixas vibratórias, enviando para eles as cargas energéticas projetadas contra o seu usuário.
• Ele interage com as dimensões elementais.
• Ele interage com as dimensões puras.
• Ele interage com as dimensões bielementais.
• Ele interage com as dimensões trielementais.
• Ele interage com as dimensões tetraelementais.
• Ele interage com as dimensões pentaelementais.
• Ele interage com as dimensões hexaelementais.
• Ele interage com as dimensões heptaelementais.
E, quando o seu usuário o coloca no pescoço, ele começa a puxar para dentro do espaço mágico (que é em si) as irradiações projetadas desde outras faixas vibratórias negativas, dimensões ou planos da vida, recolhendo-as e enviando-as de volta às suas origens.
Os guias espirituais, quando consagram colares para os seus médiuns ou para os consulentes, para serem usados como protetores, imantam esses colares com uma vibração específica que os tornam repulsores ou anuladores de projeções energéticas negativas, mas não os tornam espaços mágicos em si porque, para fazerem isso, teriam de ir a locais específicos da natureza e, ali, abrir campos consagratórios também específicos e imantá-los com as vibrações divinas dos seus orixás correspondentes, dotando-os de poderes mágicos multidimensionais.
Mas, como os fundamentos consagratórios internos estavam fechados ao plano material até agora, então eles faziam isso de forma velada quando seus médiuns iam oferendá-los, ou aos orixás, nos campos vibratórios na natureza.
Os guias espirituais sempre respeitaram o silêncio sobre a consagração interna e sempre fizeram o que tinham de fazer de forma que os seus médiuns não percebiam que, ao tirarem os colares do pescoço, trabalhando-os na verdade estavam imantando-os com as vibrações elementais e divinas existentes nos pontos de forças da natureza.
Então, agora você já sabe que o seu colar de cristais, porcelana, sementes, dentes, etc. não é só um adereço de enfeite ou identificador dos seus orixás ou de seus guias espirituais, mas que, se corretamente consagrado, é um espaço mágico circular, certo?
E também sabe que, se for confeccionado com elementos colhidos na natureza, é mais poderoso que os feitos com elementos artificiais ou industrializados

Benzimento

BENZIMENTO COM FITA INDICADO PARA PROBLEMAS NAS JUNTAS

Material:
Fita Violeta
Tesoura
Procedimento para se benzer:
Amarrar a fita violeta nas juntas onde a pessoa esteja com problemas
Pegar a tesoura e cortando em cruz sobre a fita somente na parte da frente fazer a seguinte oração:

Salmos 18
1
Eu te amarei, ó SENHOR, fortaleza minha.
2
O SENHOR é o meu rochedo, e o meu lugar forte, e o meu libertador; o meu Deus, a minha fortaleza, em quem confio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu alto refúgio.
3
Invocarei o nome do SENHOR, que é digno de louvor, e ficarei livre dos meus inimigos.
4
Tristezas de morte me cercaram, e torrentes de impiedade me assombraram.
5
Tristezas do inferno me cingiram, laços de morte me surpreenderam.
6
Na angústia invoquei ao SENHOR, e clamei ao meu Deus; desde o seu templo ouviu a minha voz, aos seus ouvidos chegou o meu clamor perante a sua face.
7
Então a terra se abalou e tremeu; e os fundamentos dos montes também se moveram e se abalaram, porquanto se indignou.
8
Das suas narinas subiu fumaça, e da sua boca saiu fogo que consumia; carvões se acenderam dele.
9
Abaixou os céus, e desceu, e a escuridão estava debaixo de seus pés.
10
E montou num querubim, e voou; sim, voou sobre as asas do vento.
11
Fez das trevas o seu lugar oculto; o pavilhão que o cercava era a escuridão das águas e as nuvens dos céus.
12
Ao resplendor da sua presença as nuvens se espalharam, e a saraiva e as brasas de fogo.
13
E o SENHOR trovejou nos céus, o Altíssimo levantou a sua voz; e houve saraiva e brasas de fogo.
14
Mandou as suas setas, e as espalhou; multiplicou raios, e os desbaratou.
15
Então foram vistas as profundezas das águas, e foram descobertos os fundamentos do mundo, pela tua repreensão, SENHOR, ao sopro das tuas narinas.
16
Enviou desde o alto, e me tomou; tirou-me das muitas águas.
17
Livrou-me do meu inimigo forte e dos que me odiavam, pois eram mais poderosos do que eu.
18
Surpreenderam-me no dia da minha calamidade; mas o SENHOR foi o meu amparo.
19
Trouxe-me para um lugar espaçoso; livrou-me, porque tinha prazer em mim.
20
¶ Recompensou-me o SENHOR conforme a minha justiça, retribuiu-me conforme a pureza das minhas mãos.
21
Porque guardei os caminhos do SENHOR, e não me apartei impiamente do meu Deus.
22
Porque todos os seus juízos estavam diante de mim, e não rejeitei os seus estatutos.
23
Também fui sincero perante ele, e me guardei da minha iniquidade.
24
Assim que retribuiu-me o SENHOR conforme a minha justiça, conforme a pureza de minhas mãos perante os seus olhos.
25
Com o benigno te mostrarás benigno; e com o homem sincero te mostrarás sincero;
26
Com o puro te mostrarás puro; e com o perverso te mostrarás indomável.
27
Porque tu livrarás o povo aflito, e abaterás os olhos altivos.
28
Porque tu acenderás a minha candeia; o SENHOR meu Deus iluminará as minhas trevas.
29
¶ Porque contigo entrei pelo meio duma tropa, com o meu Deus saltei uma muralha.
30
O caminho de Deus é perfeito; a palavra do SENHOR é provada; é um escudo para todos os que nele confiam.
31
Porque quem é Deus senão o SENHOR? E quem é rochedo senão o nosso Deus?
32
Deus é o que me cinge de força e aperfeiçoa o meu caminho.
33
Faz os meus pés como os das cervas, e põe-me nas minhas alturas.
34
Ensina as minhas mãos para a guerra, de sorte que os meus braços quebraram um arco de cobre.
35
Também me deste o escudo da tua salvação; a tua mão direita me susteve, e a tua mansidão me engrandeceu.
36
Alargaste os meus passos debaixo de mim, de maneira que os meus artelhos não vacilaram.
37
Persegui os meus inimigos, e os alcancei; não voltei senão depois de os ter consumido.
38
Atravessei-os de sorte que não se puderam levantar; caíram debaixo dos meus pés.
39
Pois me cingiste de força para a peleja; fizeste abater debaixo de mim aqueles que contra mim se levantaram.
40
Deste-me também o pescoço dos meus inimigos para que eu pudesse destruir os que me odeiam.
41
Clamaram, mas não houve quem os livrasse; até ao SENHOR, mas ele não lhes respondeu.
42
Então os esmiucei como o pó diante do vento; deitei-os fora como a lama das ruas.
43
Livraste-me das contendas do povo, e me fizeste cabeça dos gentios; um povo que não conheci me servirá.
44
Em ouvindo a minha voz, me obedecerão; os estranhos se sub-meterão a mim.
45
Os estranhos descairão, e terão medo nos seus esconderijos.
46
O SENHOR vive; e bendito seja o meu rochedo, e exaltado seja o Deus da minha salvação.
47
É Deus que me vinga inteiramente, e sujeita os povos debaixo de mim;
48
O que me livra de meus inimigos; sim, tu me exaltas sobre os que se levantam contra mim, tu me livras do homem violento.
49
Assim que, ó SENHOR, te louvarei entre os gentios, e cantarei louvores ao teu nome,
50
Pois engrandece a salvação do seu rei, e usa de benignidade com o seu ungido, com Davi, e com a sua semente para sempre.

Rezar benzendo com este salmo por 7 vezes, logo após a 7ª vez cortar a fita e enterra-la no pé de uma árvore frutífera

Boa prática a todos

Os Caboclos na Lição de Pai João

Os Caboclos na lição de Pai João


“-Pois é, meu filho, mas como você veio em busca de conhecimento, Pai João gosta muito disso e aproveita para falar a respeito dessas e de outras coisas importantes. É preciso formar uma idéia mais ampla sobre a diversidade de espíritos que trabalham em nosso planeta. Examine, por exemplo, o caso dos caboclos. As entidades espirituais que se manifestam tanto em seus médiuns quanto no plano astral com a vestimenta de caboclo não foram obrigatoriamente índios ou selvagens em sua última encarnação. Muito pelo contrário. Grande número dos espíritos que adotam a característica de caboclo tiveram seu caráter firme forjado em templos do passado, principalmente entre as civilizações incas e astecas, entre outras. Tal como ocorre com os pais-velhos, possuem íntima ligação com certas energias da natureza, tanto quanto com a cultura da qual procedem. Em virtude desse fato, preferem estampar a imagem de um índio, de um sertanejo ou de um bandeirante em sua vestimenta espiritual, em sua aparência. Daí se pode entender porque alguns caboclos são recrutados para trabalhar ao lado de grandes luminares da espiritualidade, que foram sábios em sua última existência. Além de tudo isso, a forma astral do caboclo também traz um simbolismo. Representa a jovialidade, energia, destemor e valentia, bem como capacidade de transformação e progresso. É a representação do jovem guerreiro, daquele que tem a característica de mudar o panorama, de enfrentar os desafios da existência e modificar as situações menos favoráveis em outras mais nobres. -Então os caboclos também foram iniciados em outras civilizações, como os pais-velhos? -Não se pode generalizar, meu filho. Especialmente se considerarmos que, na umbanda e em certos cultos de transição, observa-se uma variedade de seres espirituais a que muitos dão o nome de caboclos.Antes de continuar com as explicações, é preciso dizer que este pai-velho está lhe dando apenas um ponto de vista a respeito da variedade de manifestações. O que estou lhe falando não é consenso nem mesmo entre os representantes da umbanda. No entanto, é sob esse ponto de vista que nego-velho quer conduzir seu olhar.Assim sendo, dentro da variedade a que me referi, temos os chamados caboclos índios. Eles integram imensa legião de trabalhadores, guardiões, baluartes da lei e da ordem, combatentes que são das falanges do mal. Como verdadeiros caças, saem pelo umbral afora em tarefas de defesa e disciplina, temidos que são por muitos espíritos das trevas. Na umbanda e em outras expressões de espiritualidade, são comuns outros tipos, tais como os boiadeiros. Especialistas em desobsessões, coletivas e individuais, investem contra as bases das sombras e destroem as fortalezas do astral inferior. Dotados de grande magnetismo, são respeitados e temidos pelas entidades do mal, sobretudo pelos marginais ou quiumbas, tão comuns em ambientes que oferecem grande perigo aos encarnados. Após breve intervalo, para que o interlocutor pudesse assimilar o que dizia, Pai João prosseguiu: -Como já lhe disse, nego-velho está dando uma explicação baseada não na teologia umbandista, mas na realidade cultural mais próxima da que você está habituado, meu filho. Certamente encontrará outros pontos de vista sobre esse assunto entre os representantes da umbanda e do candomblé. Porém nego-velho, neste momento, não tem por objetivo religião e doutrina, mas a descrição da realidade espiritual que transcende as interpretações religiosas. -Entendo, meu pai. Se julgar apropriado conceder mais informações, estou aberto a ouvir e estudar. -Pois bem, meu filho, - retomou Pai João calmamente. – Ainda sobre a forma espiritual adotada por alguns espíritos, alguns caboclos adotam não a forma de índios, mas do marinheiro. De alguém que viveu junto às águas, ao mar, portanto trabalhando com emoções, inclusive por ter vivenciado os tremendos desafios que envolvem a navegação: desde tormentas e fenômenos climáticos até a solidão dos meses e anos singrando pelos mares, longe da família e dos seus. Na umbanda, bem como em alguns candomblés que recebem sua influência, chama-se freqüentemente de marinheiro aquele espírito que lidera falanges acostumadas a lidar com o sentimento e as emoções e que atuam no contato com o elemento água – que remete à suavidade e ao amor e auxilia na libertação de vinculações magnéticas. Quando se pretende fazer uma limpeza energética com suavidade, o elemento água é o mais indicado, liberando fortes emoções que anuviam a visão espiritual dos filhos. É lógico concluir que quem teve experiência reencarnatórias junto ao elemento água pode ser bastante eficaz nessa tarefa. Era muita informação para aquele homem reservado, que não queria se expor perante os presentes. Era ele um representante do espiritismo e, por essa razão, não desejava, ao menos até aquele momento, ser identificado numa tenda onde a manifestação mediúnica ocorria segundo parâmetros diferentes daqueles com os quais se familiarizava. Entendo isso o preto-velho vez ou outra dava um tempo para ele refletir e depois de um suspiro, uma pausa, continuava. - Os chamados quimbandeiros constituem outra espécie de caboclo. Sua especialidade é enfrentar os magos negros e seus dirigidos nos campos de batalha do umbral e da subcrosta. Gostam de estar à frente das demandas que ocorrem na esfera astral, muitas vezes nem sequer percebidas pelos médiuns. Como se fossem generais guerreiros, trabalham para a defesa, porém com ênfase em limitar e cercear a ação das trevas, o que muitas vezes, os leva a afirmar que transitam entre o bem e o mal. Além, é claro, do fato de que conhecem em profundidade as artimanhas dos seres da escuridão. Não há dúvida, meu filho, de que nego-velho está procurando usar a linguagem mais espírita possível para que possa entender os diversos perfis e especialidades daqueles seres que trabalham na vibração da umbanda, em suas variadas manifestações e interpretações. Por estarem ligadas à vibração e à atmosfera cultural – e não a rótulos religiosos -, essas mesmas entidades também militam nos centros espíritas, caso encontrem abertura dos médiuns e dirigentes. Ainda que, em certas ocasiões, optemos por nos apresentar em outra roupagem fluídica, conforme seja conveniente ao trabalho e tenhamos condições para tal.

Texto extraído do livro “Corpo Fechado”, Robson Pinheiro, espírito W. Voltz

Medium de Umbanda

Médium de Umbanda
...O médium de Umbanda, ainda que muitos não o valorize, é o ponto chave do ritual de Umbanda no plano material.
...E por sê-lo, deve merecer dos filhos de Fé já maduros (iniciados) toda atenção, carinho e respeito quando adentram no espaço interno das tendas, pois é mais um filho da Umbanda que é “dado” à luz. E tal como quando a generosa mãe dá à luz mais um filho, onde tanto o pai quanto os irmãos se acercam do recém-nascido e o cobrem de bênçãos, amor, carinho e... compreensão para com seus choros, o novo filho de Fé ainda é uma criança que veio à luz e precisa de amparo e todos os cuidados devido à sua ainda frágil constituição íntima e emocional.
...Do lado espiritual, todo o apoio lhe é dado, pois nós, os espíritos guias deles, sabemos que este é o período em que mais frágil se sente um ser que traz a mediunidade.
...Para um médium iniciante, este é um momento único em sua vida, e também um período de transição, onde todos os seus valores religiosos anteriores de nada lhe valem, pois outros valores lhe estão sendo apresentados.
...Para todos os seres humanos este é um período extremamente delicado em suas vidas. E não são poucos os médiuns que se decepcionam com a falta de compreensão para com sua fragilidade diante do novo e do ainda desconhecido.
...É tão comum uma pessoa dotada de forte mediunidade e de grandes medos, ser vista como “fraca” de cabeça pelos já “tarimbados” médiuns. Mas estes não param para pensar um pouco no que realmente incomoda o novo irmão e, com isto, o Ritual de Umbanda Sagrada vê mais um dos seus recém-nascidos filhos perecer na maior angustia, e socorre-se a outros rituais que primam pela ignorância do mundo espiritual e sufocam nos seus fieis, seus mais elementares dons naturais.
...Muitos apregoam que tantos e tantos brasileiros são umbandista, e que isto demonstra o vigor da religião umbandista. Mas, infelizmente, isto não é verdade, e só serve para diminuir o que poderia ser uma grande verdade.
...Vários milhões de brasileiros já assumiram suas mediunidades por completo e são médiuns praticantes, que incorporam regularmente seus guias dentro das tendas onde trabalham, ou nas suas reuniões mais intimas em suas próprias casas.
...Mas alguns milhões de filhos de Fé com um potencial mediúnico magnífico já foram perdidos para outros rituais, porque os diretores das tendas não deram a devida atenção ao “fator médium” do ritual de Umbanda, assim como não atentaram para o fato de que aqueles que lhes são apresentados pelos guias zeladores dos novos médiuns, se lhes são enviados, o são pelo próprio espírito universal e universalista que anima a Umbanda Sagrada, e que é o seu espírito religioso, que no lado espiritual tem meios sutis de atuar sobre um filho de Fé, mas no lado material depende fundamentalmente dos pais e mães no Santo, animadores materiais desse corpo invisível, mas ativo e totalmente religioso.
...É tão comum vermos médiuns já “iniciados” que não tem a menor noção da existência desse corpo religioso umbandista que se move através do plasma universal que é Deus, é fé e é religiosidade. “Eu sou filho de tal orixá...”, e pronto! Sua fé acaba a partir daí, e sua ligação com este plasma divinizado numa religião fica restrito a isto: “Eu sou filho de tal orixá”.
...Incorpora seus guias, estes trabalham, e maravilhosamente, pois estão em comunhão total com este espírito ativo que é o corpo religioso umbandista, corpo este que assume a forma de orixás ou de seus pontos de forças, mas que não deixam de irradiar essa energia divina chamada “Fé”.
...O ritual é aberto a todas as manifestações, mas o lado material ( médiuns) tem de ser esclarecido de que as manifestações só acontecem por causa desse espírito religioso invisível conhecido por Ritual de Umbanda Sagrada, e que fora dele não há manifestações, mas tão somente possessões espirituais.
...É este espírito invisível que sustenta todas as manifestações, quando em nome da Umbanda Sagrada são realizados.
...Houve um tempo em que os orixás foram sincretizados com santos católicos, pois aí a concretização do ritual aconteceria. As imagens “mascaravam” a verdade oculta e as perseguições religiosas, políticas e policiais foram abrandadas.
...Mas, atualmente, isto já não é preciso como meio de expansão da Umbanda Sagrada. Hoje já existe liberdade suficiente para que todos digam abertamente: “Sou um filho de Fé, sou um filho de Umbanda!”.
...Mas para que isso possa ser realmente dito, é chegado o tempo de a Umbanda deixar de perder seus filhos recém-nascidos para religiões que ainda recorrem a princípios medievais, quando não obscurantistas.
...Há de ser criada uma forte linha de fé doutrinadora dos sentimentos religiosos dos filhos de Fé, pois só assim a Umbanda Sagrada sairá do interior das tendas e dos lares e abarcará, num movimento abrangente e envolvedor, os milhões de irmãos que afluem às tendas ou aos médiuns à procura de uma palavra de consolo, conforto ou esclarecimento.
...É chegado o momento de todos os médiuns, diretores espirituais, dirigentes espirituais e pais e mães no Santo, imprimirem aos seus trabalhos mais uma vertente da Umbanda Sagrada: a doutrinação dos irmãos e irmãs que afluem às tendas nos dias de trabalho.
...É preciso uma conscientização dos pais e mães no Santo de que os necessitados, os aflitos, os carentes afluirão não só às tendas de Umbanda, mas também a todas as outras portas abertas onde há uma promessa, um vislumbre de socorro imediato. ...Mas só aquelas portas que, a par do socorro imediato, oferecerem uma luz para toda a vida, alcançarão seu real objetivo, pois a par do imediato também oferecem o bem duradouro, que é a fé forte numa religião. E a Umbanda Sagrada é uma religião!
...Por isso ela tem de sair das tendas e conquistar corações dos que a ela afluem nos dias de trabalho, e conquistar o respeito e a confiança de todos os cidadãos no seu trabalho de doutrinação e salvação de almas.
...Nós temos acompanhado com carinho e atenção os irmãos umbandistas que têm oferecido a maior parte de suas vidas a esta necessidade da religião umbandista – abençoados sãos estes verdadeiros filhos de Umbanda, mas temos acompanhado a vida de todos os pais e mães no Santo e temos visto que bloqueiam a si próprios e às suas potencialidades doutrinadoras dentro da Umbanda Sagrada, quando limitam a si e sua religião aos trabalhos dentro de suas tendas, quando os seus guias incorporam e trabalham.
...Limitam-se só a isto e limitam à própria religião umbandista, pois não concedem a si próprios as qualidades que seus orixás lhes mostram que são possuidores. Muitos filhos de Fé, movidos de nobres e dignificantes intenções, buscam nas línguas a explicação do termo “Umbanda”. Alguns chegam a mergulhar no passado ancestral em busca do real significado desta palavra.
...Nada a opor de nossa parte, mas melhor fariam e mais louvável aos olhos dos orixás seriam seus esforços, caso já tivessem atinado com o real e verdadeiro sentido do termo “Umbanda”.
...Umbanda significa: o sacerdócio em si mesmo, na m'banda, no médium que sabe lidar tanto com os espíritos quanto com a natureza humana. Umbanda é o portador das qualidades, atributos e atribuições que lhe são conferidas pelos Senhores da natureza; os orixás! Umbanda é o veiculo de comunicação entre os espíritos e os encarnados, e só um Umbanda está apto a incorporar tanto os do Alto, quanto os do Embaixo, assim como os do Meio, pois ele é, em si mesmo, um templo.
• Umbanda é sinônimo de poder ativo.
• Umbanda é sinônimo de curador.
• Umbanda é sinônimo de conselheiro.
• Umbanda é sinônimo de intermediador.
• Umbanda é sinônimo de filho de Fé.
• Umbanda é sinônimo de sacerdote.
• Umbanda é a religiosidade do religioso.
...Umbanda é o veiculo, pois trazem em si os dons naturais, pelos quais os encantados da natureza falam aos espíritos humanos encarnados.
...Umbanda é o sacerdote atuante, que traz em si todos os recursos dos templos de tijolo, pedras ou concreto armado.
...Umbanda é o mais belo dos templos, onde Deus mais aprecia ser manifestado, ou mesmo onde mais aprecia estar: no intimo do ser humano.
...Umbandas foram os primeiros espíritos dos sacerdotes, que aos poucos foram criando para si, no intimo dos médiuns filhos de Santo já preparados para recebe-los, uma linha tão poderosa, mas tão poderosa que realizavam curas milagrosas nos freqüentadores dos terreiros de “macumba”.
...Umbandas eram os caboclos índios que dominavam os quiumbas e libertavam os espíritos encarnados de obsessores vingativos e perseguidores.
...Umbandas eram os pretos-velhos que baixavam nas “mesas brancas” e faziam revelações que não só deixavam admirados quem os ouviam, mas encantavam também.
...Umbandas eram os exus e pombas-giras brincalhões, debochados e francos, tanto quanto os encarnados, pois falavam a estes de igual para igual, e com isso iam rompendo o temor dos filhos de Santo para com seus “santos”.
...Umbanda era o inicio do rompimento da casca grossa da rituália de culto aos eguns (os sacerdotes) já no outro lado da vida.
...Umbanda o sacerdócio; embanda, o chefe do culto; Umbanda, o ritual aberto do culto dos ancestrais.
...Umbanda, onde na banda do “Um”, mais um todos nós somos, pois tudo o que nos cerca, através de nós pode se manifestar.
...Umbanda, na banda do “Um” , um todos são e sempre serão, desde que limpem seus templos íntimos dos tabus a respeitos dos orixás e os absorvam através da luz divina que irradiam seus mistérios. Daí em diante, serão todos “mais um”, plenos portadores dos mistérios dos orixás.
...Na Umbanda, o médium não é esvaziado, mas tão somente enriquecido com a riqueza espiritual de todos os orixás.
...Umbanda provém de “m'banda”, o sacerdote, o curador.
...Umbanda é sacerdócio na mais completa acepção da palavra, pois coloca o médium na posição de “doador” das qualidades de seus orixás, que impossibilitados de falarem diretamente ao povo, falam a partir de seus templos humanos: os filhos de Fé!
...Despertem para esta verdade, pais e mês de Santo! Olhem para todos os que chegam até vocês, não como seres perturbados, mas sim como irmãos em Oxalá que desejam dar “passagem” às forças da natureza que lhes chegam, mas encontram seus templos (mediunidade) ocupados por escolhos inculcados neles, através de séculos e séculos que estiveram afastados de seus ancestrais orixás. Não inculquem mais escolhos dizendo a eles que tem orixá brigando pela cabeça deles, ou que exu está cobrando alguma coisa.
...Tratem os filhos que Olorum, o Incriado, lhes envia com o mesmo amor, carinho e cuidados que devotam a seus filhos encarnados.
...Cuidem deles; transmitam a eles amor aos orixás, pois orixá é o amor do Criador às Suas criaturas.
...Ensinem-lhes que, na lei de Oxalá, ninguém é superior a ninguém, pois na banda do “Um”, mais um todos são.
...Mostrem-lhes que orixá é um santo, mas é mais do que isso: orixá é a natureza divina se manifestando de forma humana, para os espíritos humanos.
...Não percam tempo tentando contar lendas do tempo de cativeiro, quando irmãos de cultos diferentes, raças diferentes e formações as mais diversas possíveis, eram reunidos numa só senzala e evitavam a mistura dos orixás com medo de perderem seus últimos vestígios humanos: seus “santos”de cabeça e de fé. O tempo da escravidão já é passado e Umbanda é liberdade de manifestação dos orixás através dos seus veículos naturais; os médiuns.
...Ensinem-lhes que, se estão aptos a incorporarem o “seu” pai de cabeça, também estão aptos a serem as moradas de todos os outros “pais”, pois orixá é antes de qualquer coisa e acima de tudo, isto: senhora da cabeça. é senhor da coroa luminosa que paira em torno do mental purificado do filho de Fé já liberto dos escolhos que o mantinham acorrentado e escravizado a tabus e dogmas religiosos, que antes de tudo visavam impedi-lo de ser mais um na banda do “Um”, e mantê-lo na eterna dependência da vontade dos carnais senhores dos cultos ao Criador, onde um é o pastor e os restantes, só rebanho, ovelhas mesmo!
...Digam que na banda do “Um”, o rebanho é composto só de pastores, pois “Umbanda” é sacerdócio.
...Esclareçam ao filho recém-chegado que se sente incomodado, que isto não é nada ruim, pois há todo um santuário aprisionado em seu intimo que está tentando explodir através de sua mediunidade magnífica.
...Conversem demoradamente com ele e procurem mostrar-lhe que Umbanda não é a panacéia para todos os males do corpo e da matéria, mas sim o aflorar da espiritualização sufocada por milênios e milênios de ignorância e descaso para com as coisas do espírito.
...Expliquem que pode fazer o que quiser com seu corpo material, mas deve preservar sua coroa (cabeça), pois é nela que a luz dos orixás lhe chega e o liberta dos vícios da carne e do materialismo brutal.
...Ensinem-lhe que, como templos, deve manter limpo seu íntimo, pois nesse íntimo há uma centelha divina animada pelo fogo divino que a tudo purifica, e que o purificará sempre que entregar sua coroa ao seu orixá. Instrua-os com seu mentor guia chefe, irmãos e irmãs (pais e mães de Santo).
...Estabeleçam um dia da semana ou do mês dedicado exclusivamente a um guia doutrinador que lhe falará da Umbanda a partir da visão mais acurada desta religião, em que os fiéis são mais que fiéis: são “meios” onde toda uma gama magnífica de seres de altíssima evolução se manifestam como humildes pretos-velhos, garbosos mas amáveis caboclos, inocentes crianças ou humanos exus e pombas-giras. Sim porque nós conhecemos irmãos exus que possuem muito mais luz do que vocês imaginam. E se preferem atuar como exus, é porque assim, bem humanos, chegam mais rápido até onde desejam: aos consulentes sofredores e veículos de espíritos sofredores afins.
...Ensinem aos médiuns que eles trazem consigo mesmo todo um templo já santificado e que nele se assentam os orixás sagrados. E que através desse templo muitas vozes podem falar, e serem ouvidas pois Umbanda provem de Embanda: sacerdote!
...E o médium é um sacerdote, um embanda, um Umbanda, ou mais um na banda do um, a Umbanda!
Parte do texto retirado do Livro: “ O CÓDIGO DE UMBANDA ”
Obra psicografada por Rubens Sara
ceni

Ciganos

Ciganos...Esta linha de trabalhos espirituais já é muito antiga dentro da Umbanda, no entanto poucos se deram ao trabalho de estudá-la e divulgá-la como mais uma das nossas linhas ou correntes espirituais.
...É uma linha especifica, pois tem seus rituais e fundamentos adaptados à Umbanda, já que eles remontam a um passado multimilenar e estão ligados ao próprio povo cigano, cuja origem parece ser do antigo Egito, segundo algumas informações, ou originários da Europa segundo outros ou da Índia segundo outros mais.
...Mas a origem não é importante para o nosso estudo e sim o que estes espíritos realizam como corrente espiritual voltada para o plano matéria.
...O povo cigano tem suas cerimônias próprias e tem seus ritos coletivos adaptados à Umbanda e suas sessões são muito apreciadas e muito concorridas, pois seus trabalhos estão voltados para as necessidades mais terrenas dos consulentes
...É uma linha espiritual em franca expansão e temos até linhas de esquerda cigana, como a Senhora Pomba Gira Cigana.
...Ainda que não esteja bem definida sob qual irradiação atuam, nós a classificamos como do tempo, tais como Oyá, Yansã e Oxalá.
Parte do texto retirado do Livro: “ UMBANDA SAGRADA”
Obra de Rubens Saraceni.



QUE SANTA SARA ILUMINE E PROTEJA O CAMINHO DE TODOS NÓS...
...Tudo que se disser sobre a verdadeira origem do povo cigano, será baseado em conjecturas, similaridades e suposições, devido a falta de uma linguagem escrita, até os dias atuais os ciganos somente possuem uma linguagem falada, o ROMANI ou RUMANEZ, assim tornando quase impossível a história relatar essa fantástica cultura, porém, teremos uma idéia de como esses clãs se originaram. É expressamente proibido ensinar o romani para os não-ciganos; e os ciganos fieis às tradições, que prezam sua origem, sabem disto.
...A hipótese mais aceita é que o Povo Cigano teve seu berço na civilização da Índia antiga, talvez dois ou três milênios antes de Cristo. Compara-se o sânscrito, que era escrito e falado na Índia, com o idioma falado pelos ciganos.
...Outros pontos também colaboram para que esta hipótese seja reforçada, como a tez morena comum aos hindus e ciganos, o gosto por roupas vistosas e coloridas.
Movimentos Migratórios e o Nomadismo Cigano
...As populações ciganas são nômades por excelência, não têm pátria, são universais. Viajam em grupos de famílias, que possuem um profundo sentido de união, solidariedade e companheirismo. Formam núcleos comunitários compactos com normas e regras de convivência harmoniosas.
...O nômade experimenta o mais amplo sentido de liberdade. Não tem apego a nenhum lugar em especial, não deita raízes que não possam ser arrancadas quando o desejo de ganhar estrada acontecer. Daí que suas moradias, as tendas de tecidos permeáveis e resistentes, e seus pertences em geral, devem ser confortáveis, mas essenciais e leves. O nômade não se preocupa com o possuir, mas com o viver.
...Junto com a modernidade e o sedentarismo progressivo das grandes cidades, os ciganos estão ficando cada vez mais limitados em suas andanças, mas a modernidade ainda não conseguiu acabar com toda a cultura cigana, até os dias atuais, ainda vemos ciganos com suas tendas postas ao fundo de suas residências, assim perpetuando sua história e tradição. A Origem do Povo Cigano
O Cris-Romani
...O Cris-Romani é um tribunal de justiça formado pelos ciganos idosos ou mais velhos de um clã, este tribunal é acionado para ser julgado um membro do grupo que infringiu as leis universais, assim podendo voltar a exercer seu papel com o mais alto sentido de responsabilidade e respeito pelo seu clã
...O Cris-romani é falado totalmente em romani, e nele somente os homens podem se manifestar. No caso de o infrator ser uma mulher, um homem fala por ela fazendo seus apelos e oferecendo suas explicações ou justificativas.
Os Principais Grupos CIganos
...Atualmente, existe várias ramificações de grupos ciganos, sendo os mais expressivos os seguintes:
GRUPO KALON ...Os ciganos deste grupo fixaram residência especialmente na Espanha e Portugal, onde sofreram severas perseguições, sendo proibidos de realizar seus costumes, vestir suas roupas características e até de falar seu idioma. O que os ciganos sofreram na Península Ibérica, lembra de certa maneira o que os negros sofreram em terras do Brasil.
GRUPO MOLDOVANO ...De pele mais clara e olhos azuis, este grupo originou-se em terras da Rússia, tendo de enfrentar os rigores do inverno russo em suas precárias carroças. Sob as pesadas roupas e capotes escuros mal reconhecemos sua origem cigana. A denominação moldavano vem da palavra Moldávia, região da Europa central, que chegou a fazer parte do Império Russo e da antiga URSS.
GRUPO HOHARANÔ ...Surgiram em terras turcas e se destacaram em especial como grandes criadores de cavalos. Os integrantes deste grupo chegaram ao Brasil bem depois do grupo Kalon, somente no final do século XVIII.
GRUPOS KALDERASH E MATCHUIYA ...Os ciganos do grupo Kalderash são originários da Romênia e da antiga Iugoslávia, o berço dos Matchuiya. Ambos os grupos chegaram ao Brasil no final do século XVIII.
A Família
...O comando da família é exercido de maneira completa e responsável pelo homem. Ele é o líder e à ele competem a proteção, a segurança e o sustento da família. São os homens que resolvem as pendências, acertam o casamento dos filhos, decidem o destino da viagem e se reúnem em conselhos sobre assuntos abrangentes e comuns ao Clã. As mulheres ciganas não trabalham fora do lar e quando vão às ruas para ler a sorte, esta tarefa é entendida como um cumprimento de tradições e não como parte do sustento da família.
...Enquanto o homem representa o esteio e o braço forte da família, a mulher significa o lado terno e de proteção espiritual dos lares ciganos.
...A família para os ciganos é o patrimônio mais valioso, um alicerce que não se rompe com qualquer ventania, por este e outros motivos é que o matrimonio não sai do ciclo cigano, para perpetuar os costumes, a família, o respeito e a tradição.
...Em qualquer família cigana, os idosos são merecedores da mais alta estima e respeito. Eles são vistos e tratados como os detentores da sabedoria. Responsáveis pela transmissão oral dos ensinamentos e tradições, eles são considerados como sábios, o passado vivo. Eles são cuidados com desvelo e tratados com toda a dignidade pelos demais. Esta forma de tratamento faz com que se mantenham lúcidos até o final de suas vidas, pois nada é mais doentio para uma pessoa idosa de qualquer sociedade do que ser tratada como resto, uma pessoa inútil e sem valor, um fardo ser carregado pelos mais jovens.
Santa Sara Kali – A Cigana Escrava que Virou Santa
...Conta a lenda que Maria Madalena, Maria Jacobé, Maria Salomé, José de Arimatéia e Trofino, junto com Sara, uma cigana escrava, foram atirados ao mar, numa barca sem remos e sem provisões.
...Desesperadas, as três Marias puseram-se a orar e a chorar. Aí então Sara retira o diklô (lenço) da cabeça, chama por Kristesko (Jesus Cristo) e promete que se todos se salvassem ela seria escrava de Jesus, e jamais andaria com a cabeça descoberta em sinal de respeito. Milagrosamente, a barca sem rumo e à mercê de todas as intempéries, atravessou o oceano e aportou com todos salvos em Petit-Rhône, hoje a tão querida Saintes-Maries-de-La-Mer. Sara cumpriu a promessa até o final dos seus dias.
...Sua história e milagres a fez Padroeira Universal do Povo Cigano, sendo festejada todos os anos nos dias 24 e 25 de maio. Segundo Mirian Stanescon - Rorarni (princesa do clã Kalderash), deve ter nascido deste gesto de Sara Kali a tradição de toda mulher cigana casada usar um lenço que é a peça mais importante do seu vestuário: a prova disto é que quando se quer oferecer o mais belo presente a uma cigana se diz: "Dalto chucar diklô" (Te darei um bonito lenço). Além de trazer saúde e prosperidade, Sara Kali é cultuada também pelas ciganas por ajudá-las diante da dificuldade de engravidar. Muitas que não conseguiam ter filhos faziam promessas a ela, no sentido de que, se concebessem, iriam à cripta da Santa, em Saintes-Maries-de-La-Mer no Sul da França, fariam uma noite de vigília e depositariam em seus pés como oferenda um Diklô, o mais bonito que encontrassem. E lá existem centenas de lenços, como prova que muitas ciganas receberam esta graça.
Estudos em: : Ciganos, Filhos Mágicos da Natureza - Rosaly Mariza Schepis